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Times históricos: Atlético-PR de 2001

Um estilo que jogo que ajudou o Brasil a ser pentacampeão em 2002

Um time com jogadores que formariam a base de uma seleção brasileira no futuro e outros jogadores com a cara do Atlético-PR nasceram naquela forte equipe, dirigida por Geninho em 2001. (Antes de Geninho, Paulo César Carpegiani, Flávio Lopes e Mário Sérgio prepararam aquela equipe). O inédito título brasileiro foi merecidíssmo para a equipe, que usou o caldeirão de sua arena a seu favor.

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Flávio era a segurança no gol do Atlético-PR – JADER DA ROCHA

A cara do time era representada por jogadores típicos daquele 3-5-2 usado pela equipe, que seria aproveitado por Luiz Felipe Scolari na Copa de 2002. O goleiro Flávio trazia segurança. Os três zagueiros eram o grandalhão Gustavo, o forte Nem e o mais técnico Rogério Corrêa. Nas laterais, apoiando e atacando, vinham Alessandro, que chegou à seleção, e Fabiano.

O zagueiro Gustavo na final do Brasileiro contra o São Caetano – RENATO PIZZUTTO

Com pegada no meio de campo, Cocito era o primeiro volante. Mais à frente, Kléberson, que iria para a Copa de 2002 e seria campeão com o Brasil e depois brilharia na Europa. O camisa 10 desse time. Mais à frente vinha Adriano Gabiru, que ainda era só Adriano e anos depois faria o gol do título Mundial do Internacional.

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Alessandro, lateral direito que chegou à seleção brasileira – JADER DA ROCHA

Por fim, um ataque com dois homens que sabiam muito bem fazer gols. Kléber, que ainda não era Kléber Pereira, jogava mais recuado, mas era muito oportunista. Já mais a frente vinha Alex Mineiro, artilheiro por onde passou e grande craque daquele Campeonato Brasileiro.

No banco, o time ainda tinha o experiente Souza, que acabou perdendo espaço para Adriano. Outro jogador era Ilan, atacante muito técnico que virou titular depois disso, com passagem pela seleção brasileira antes de ir para a Europa.

No primeiro ano de um novo século, o time começou disputando o Campeonato Paranaense e a Copa Sul-Minas. Na primeira fase, o time sobrou. Em 18 jogos, foram 15 vitórias e três derrotas, com 50 gols pró e apenas 23 contra. 

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Adriano e Souza eram meias do time do Atlético-PR – JADER DA ROCHA

Um passeio, que incluiu, no primeiro turno, uma goleada de 7 x 3 contra o Londrina, na casa do rival, um 4 x 0 no Malutrom, fora de casa, e um 5 x 0 contra o Rio Branco, como mandante. Com oito vitórias e uma derrota, o time, com 24 pontos, foi campeão do turno.

No returno, sem goleadas, o time foi derrotado pela segunda vez pelo Coritiba no torneio. Apesar da brilhante campanha, 12 pontos à frente do maior rival, as duas derrotas no clássico doíam no time. 

Na semifinal, o adversário seria o Malutrom, quarto colocado na primeira fase. Após empate em 1 x 1 fora de casa, o time venceu por 4 x 3 em sua nova Arena, inaugurada dois anos antes.

Kleberson comemora mais um gol do Atlético-PR – ALEXANDRE BATTIBUGLI

A decisão seria contra o Paraná Clube, que havia derrotado o Coritiba na outra semifinal. A final seria em em ida e volta, mas caso houvesse empate nas duas primeiras partidas, um terceiro jogo definiria o título. Caso o empate persistisse, o time de melhor campanha seria o campeão.

E foi exatamente o que aconteceu com o time comandado por Flávio Lopes, que substituiu Paulo César Carpegiani em março. Após dois empates por 1 x 1 nos dois primeiros jogos, um 2 x 2 no último garantiu o título ao rubro-negro. Foi o 19° título da história do clube, o segundo seguido (bicampeonato). Kléber Pereira, com 22 gols, foi o artilheiro do torneio.

Adriano Gabiru comemora gol contra o Paraná na final do Paranaense – JADER DA ROCHA

Na Copa Sul-Minas, no entanto, o time foi eliminado na primeira fase. Em um grupo com Caxias-RS, Atlético-MG e Marcílio Dias-SC, foram três vitórias e três empates em seis jogos. Em casa, empate em 1 x 1 com o Galo e vitórias de 3 x 0 sobre o Caxias e 3 x 1 sobre o Marcílio Dias. Fora, empates em 1 x 1 com o Atlético-MG, 2 x 2 com o Marcílio Dias e vitória de 3 x 0 sobre o Caxias. Com 12 pontos, 13 gols pró e oito contra, o time foi segundo colocado. Como apenas o melhor segundo colocado ia para a semifinal, o time ficou atrás do Grêmio, que marcou os mesmos 12 pontos, mas teve uma vitória a menos.

Na Copa do Brasil o time até foi longe, mas não tanto. Logo na primeira fase, contra o Treze-PB, sofreu. Perdeu por 0 x 2 na Paraíba, mas devolveu na Arena da Baixada, vencendo por 2 x 0. Nos pênaltis, o Furacão passou com triunfo de 3 x 2.

Na segunda fase o rival era o Guarani. E logo no jogo de ida, no Brinco de Ouro, em Campinas, o Furacão fez 2 x 0 e avançou no torneio sem precisar do jogo da volta.

Kléber Pereira com o taça de campeão paranaense – JADER DA ROCHA

Nas oitavas de final a rival seria a Portuguesa. Na ida, na Arena da Baixada, o Furacão venceu por 3 x 1. Já no jogo da volta, no Canindé, o empate por 1 x 1 garantiu o time nas quartas de final. E o rival era o Corinthians, campeão mundial um ano antes. Após empate em 0 x 0 no Pacamebu, o time caiu em sua fortaleza. Na Arena da Baixada, foi derrotado por 0 x 1.

Para o Campeonato Brasileiro, no entanto, Flávio Lopes foi demitido, em junho. Em seu lugar, entrou Mário Sérgio. E com Mário, o time que seria campeão brasileiro começou a se estruturar, em um 3-5-2 muito compacto. 

Mário Sérgio duraria apenas dez jogos. Após vencer quatro e empatar um (incluindo um 4 x 0 contra o Flamengo na Arena da Baixada) de seus cinco primeiros jogos, foi demitido após quatro derrotas e um empate na sequência. Sua última partida foi uma derrota por 2 x 1 para o Fluminense na Arena da Baixada. Antes disso, o time perdera para Palmeiras (Palestra Itália) por 0 x 2, empatara com o Santos (Arena da Baixada) 1 x 1) e perdera para Vasco e São Paulo (São Januário e Morumbi) por 0 x 4 e 1 x 2.

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Kléber Pereira em goleada contra o Flamengo, ainda com Mário Sérgio – JADER DA ROCHA

A partir daí, Geninho assumiu o time para a conquista nacional. Quando pegou o time, na 11ª rodada, o clube era 13° colocado com uma campanha muito irregular. Eram quatro vitórias dois empates e quatro derrotas, com 12 gols pró e 12 gols contra. Na quinta rodada, o time tinha chegado a liderar, com quatro vitórias e um empate, com nove gols pró e um contra.

A partir daí, Geninho colocou ordem nas coisas e resultados muito bons começaram a chegar. Estreou com triunfo de 3 x 1 sobre a Portuguesa, ficando a um ponto do G8. Em seguida, empatou em 4 x 4 com o Internacional no Beira-Rio. Depois venceu o Corinthians na Arena da Baixada (3 x 2), ficando com 21 pontos, mesma pontuação do Paraná, que fechava o G8, mas tinha uma vitória a mais.

Kléber Santana em ação na Arena da Baixada – JADER DA ROCHA

O time finalmente entrou no G8 com vitória de 3 x 1 sobre o Botafogo no Maracanã, na 14ª rodada. O time subiu para o sétimo lugar. Na rodada seguinte, novamente fora de casa, no Arruda, fez 5 x 1 no Santa Cruz, com dois de Alex Mineiro, subindo para o quarto lugar.

Na 16ª rodada, em clássico contra o Paraná, empatou por 1 x 1 na Arena da Baixada, caindo para o quinto lugar. Mas ainda restavam onze rodadas. Na 17ª, nova goleada como visitante: 5 x 1 na Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, com dois de Alex Mineiro e dois de Souza. Com o 3 x 2 diante do América-MG, na rodada seguinte, em casa, o time chegou ao terceiro lugar geral, um ponto atrás do Palmeiras e três do São Caetano.

Ilan na goleada contra o Ponte Preta no Moisés Lucarelli – ALEXANDRE BATTIBUGLI

Na 19ª rodada, em novo clássico, contra o Coritiba, no Couto Pereira, o empate por 0 x 0 derrubou o time para quarto. Em Ribeirão Preto, uma vitória de 2 x 0 sobre o Botafogo-SP deixou o time em terceiro, com 38 pontos, a um do vice-líder e a três do líder., que eram Atlético-MG e São Caetano.

Empate contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro – JADER DA ROCHA

Na rodada seguinte, em casa, triunfo de 2 x 1 sobre o Goiás e liderança alcançada com 41 pontos, à frente do São Caetano, que perdera do Cruzeiro, no saldo de gols.

Contra o Goiás, o Atlético-PR chegou à liderança do Brasileiro – JADER DA ROCHA

Na 22ª rodada, um jogo louco e espetacular na Arena da Baixada. Vitória de 6 x 3 sobre o Bahia, com três de Kléber Pereira e dois de Alex Mineiro. Liderança garantida! O jogo foi maluco porque o Atlético fez 2 x 0, o Bahia empatou. O Atlético fez 3 x 2, o Bahia empatou e dos 38 minutos do segundo tempo em diante marcou mais três. 

Cocito em ação contra o Bahia – JADER DA ROCHA

A primeira derrota de Geninho viria na 23ª rodada, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, com derrota de 0 x 2 para o Juventude e queda para o segunda lugar da tabela. Na 24ª, em casa, triunfo sobre o Sport, em casa, por 2 x 1. Na 25ª, um resultado surpreendente. No Mané Garrincha, em Brasília, o vice-líder do campeonato foi goleado pelo Gama, que lutava na parte de baixo, por 1 x 4. Mesmo assim, o time se mantinha em segundo lugar, mas sem grandes chances de terminar a primeira fase em primeiro.

Atlético-PR antes da goleada contra o Flamengo – Nem, Rogério Souza, Igor, Ivan, Flávio e Gustavo; Pires, Alex Mineiro, Kleberson, Adriano Gabiru e Kleberson – JADER DA ROCHA

O empate em 2 x 2 com o Guarani, na Arena da Baixada, na rodada seguinte, fez o time ser ultrapassado pelo Atlético-MG e cair para o terceiro lugar. Restava a última rodada. No Barradão, em Salvador, um triunfo de 4 x 2 sobre o Vitória, com dois de Adriano Gabiru e um de Kleberson, garantiu o time em segundo, à frente do Fluminense pelo número de vitórias e saldo de gols. 

Ao término da primeira fase, em 27 jogos, foram 15 vitórias, seis empates e seis derrotas, com 58 gols pró (melhor ataque) e 40 gols contra.

A Arena da Baixada ajudou muito o Atlético-PR em 2001 –  JADER DA ROCHA

O rival nas quartas de final, em jogo único, na Arena da Baixada, era o São Paulo, da jovem revelação Kaká. As quartas e semifinais seriam em jogo único. E os dois jogos, por ter ficado em segundo, seriam na Arena da Baixada para o Furacão. Nas quartas, Kléber Pereira fez 1 x 0 para os paranaenses. Adriano empatou na segunda etapa para os paulistas. Kaká foi fortemente marcado por Cocito e, aos 35 do segundo tempo, Alex Mineiro garantiu o time na semifinal.

Alex Mineiro, o craque do Atlético-PR no Brasileiro – JADER DA ROCHA

O rival seria o Fluminense, que passara pela Ponte Preta. O jogo, novamente, seria na Arena da Baixada e contou com o brilho de Alex Mineiro. Era o 500° jogo da história do time paranaense no Campeonato Brasileiro unificado. 

Magno Alves fez 1 x 0 para o Flu no fim do primeiro tempo. Aos quatro e aos 24 do segundo tempo, Alex Mineiro virou para o Atlético-PR. Magno Alves empatou aos 29, mas Alex Mineiro, aos 43, garantiu o clube na decisão. O empate já garantiria a classificação do Atlético.

Geninho, comandante do título brasileiro – JADER DA ROCHA

A decisão seria contra o surpreendente São Caetano, que além de campanha brilhante na primeira fase, garantindo o primeiro lugar, passara por Bahia e Atlético-MG, além de ter a melhor defesa do torneio.

Alex Mineiro nos braços do time após a conquista – ALEXANDRE BATTIBUGLI

No primeiro jogo, na Arena da Baixada, no entanto, o Furacão já mostrou quem mandava. Ilan fez 1 x 0 logo no começo do jogo. Mancini empatou no primeiro tempo e Marcos Paulo virou no começo da segunda etapa. Aí foi a vez de Alex Mineiro brilhar. Aos 10, 35 e 47 do segundo tempo, marcou três gols e garantiu a vitória. 

No jogo da volta, dia 23 de dezembro, no Anacleto Campanella, novamente vitória do Furacão, novamente com gol de Alex Mineiro, aos 21 do segundo tempo.

Atlético-PR, campeão brasileiro de 2001 – André Luís, Nem, Rogério Corrêa, Cocito, Fabiano, Igor, Douglas, Kleberson e Flávio; Souza, Adriano, Rogério Souza, Kléber, Pires, Alessandro, Ilan e Alex Mineiro – ALEXANDRE BATTIBUGLI

Assim, o primeiro título brasileiro do século foi para Curitiba, que trouxe uma nova forma de futebol, que ajudaria a seleção brasileira na Copa de 2002.

Kleberson com a taça do título brasileiro – ALEXANDRE BATTIBUGLI

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