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Tentativa frustrada de demitir secretário foi último ato de Caboclo na CBF

Presidente afastado por denúncia de assédio tentou exonerar Walter Feldman, a quem acusou de traição, mas não conseguiu

Deu tudo errado para Rogério Caboclo nos últimos dias. O então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu trazer para o Brasil a Copa América dispensada por Argentina e Colômbia, visando estreitar suas relações com outros dirigentes e políticos e, sobretudo, para despistar problemas de ordem pessoal que já o afetavam. No fim, comprou uma briga atrás da outra nos bastidores da entidade, inclusive com o técnico Tite e seus comandados, e acabou afastado pelo Comitê de Ética em razão de uma denúncia de assédio moral e sexual. Em seu último ato, tentou demitir o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, mas teve sua decisão anulada.

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Caboclo começou a se sentir realmente ameaçado na última quarta-feira 2, quando os atletas da seleção brasileira o procuraram para pedir satisfações sobre a mudança de sede da Copa América e sobre seu silêncio diante de uma polêmica que foi se tornando cada vez mais política e menos esportiva. Um dia depois, Tite admitiu o incômodo. A partir daí, houve uma enorme movimentação na entidade, vista por Caboclo como “traição” generalizada.

Um de seus principais alvos passou a ser o ex-deputado Feldman, político experiente, no cargo desde 2015. Caboclo, então, em um último e desesperado ato, enviou na última segunda, 7, quando já estava afastado, uma portaria à diretoria da CBF pedindo a exoneração de Feldman. A notícia foi dada nesta terça-feira, 8, pelo portal Uol e confirmada por PLACAR com dois membros da confederação.

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Caboclo  ainda chegou a atrasar a data do documento, como se fosse uma portaria retroativa do último sábado. A CBF, no entanto, por meio do presidente interino Antônio Carlos Nunes, redigiu uma nova portaria que manteve Feldman no cargo. “Está tudo normal, Feldman foi exonerado por Rogério, mas Nunes revogou e ele já está trabalhando”, afirmou um executivo da CBF. Feldman, que mais cedo se dizia afastado, também confirmou seu retorno ao posto, sem entrar em detalhes.

Caboclo, por sua vez, segue suspenso por ao menos 30 dias, enquanto será investigado pelo Comitê de Ética do Futebol Brasileiro sobre a denúncia de assédio moral e sexual protocolado por uma funcionária da CBF, revelada pelo site Ge.com. Já a seleção brasileira, com ambiente mais leve após a saída do mandatário, encara nesta noite, a partir das 21h30 (de Brasília), o Paraguai pelas Eliminatórias. Após o jogo, é aguardado um manifesto crítico dos atletas em relação à Copa América. A possibilidade de boicote, porém, é bastante remota.

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