#TBT: Fernandão, o eterno capitão do Internacional
Ídolo colorado foi eleito para o “Time dos Sonhos” de PLACAR antes mesmo de conquistar o Mundial de Clubes. Nesta semana, ele completaria 42 anos
Fernando Lúcio da Costa nasceu em Goiânia, começou a carreira no Goiás e foi jogar no futebol da França. Mas Fernandão ganhou o mundo e entrou para a história ao retornar ao Brasil para jogar pelo Internacional. Defendeu o clube gaúcho durante quatro anos e venceu a Libertadores e o Mundial de Clubes em 2006. O ex-atacante morreu às vésperas do início da Copa do Mundo de 2014, quando seria comentarista do canal SporTV, vítima de um acidente de helicóptero quando deixava sua fazenda em Goiás. A trajetória de Fernandão, que completaria 42 anos na última quarta-feira 18, foi registrada em destaque pelas páginas de PLACAR.
Capitão do Internacional nas conquistas dos dois principais títulos do clube em 2006, é considerado um dos maiores ídolos da história colorada, tanto que ganhou uma estátua na entrada do Beira-Rio. E nem precisou levantar a taça do Mundial para figurar entre os grandes. Em novembro, PLACAR fez uma eleição para decidir o “Time dos Sonhos” um mês antes da vitória contra o Barcelona, e Fernandão foi escolhido como o melhor atacante que já vestiu a camisa do Inter.
PLACAR chamou 20 personalidades ligadas a cada um dos 12 maiores clubes de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Fernandão tinha, na época, 136 jogos pelo Inter e havia marcado 57 gols em dois anos de clube. Artilheiro da equipe na Libertadores de 2006 com cinco gols e decisivo na final contra o São Paulo, o atacante recebeu 10 votos e se colocou ao lado de Manga, Figueroa, Carpegiani e Falcão.
No último ano de Fernandão com a camisa do Inter, PLACAR circulou no Rio Grande do Sul com uma capa, em abril de 2008, que exaltava a “Bergamota Mecânica”, uma referência à forma como os gaúchos chamam a tangerina e fazendo um paralelo do time de Abel Braga com a Laranja Mecânica, a seleção da Holanda que encantou o mundo em 1974.
O capitão colorado era peça fundamental no esquema móvel de Abel, que lembrava o que os holandeses fizeram nos anos 1970. O atacante recuava para o meio-campo para tabelar com Alex e Iarley e fazer tabelas com Magrão e Guiñazú. O próprio Fernandão tentava explicar como o time funcionava. “São variações de três, quatro esquemas diferentes a cada partida. No Inter de hoje, sou muito mais um meia que um atacante. Com o entrosamento que temos, já atingimos um patamar de jogo superior”.
A engrenagem, entretanto, não durou muito tempo. Em junho, Fernandão deixou o Internacional e foi defender o Al-Gharafa, do Catar. Na chegada ao país, conversou com o repórter Leandro Behs e explicou por que decidiu deixar o clube onde era ídolo para jogar em um lugar em que o futebol ainda não era desenvolvido.
“A felicidade maior é, depois de 15 anos de carreira, poder passar mais tempo com minha família. Minha escolha foi baseada nesse ponto, não só no dinheiro”.
Fernandão voltou ao Brasil em 2009 para defender o Goiás e, no ano seguinte, foi para o São Paulo, último time da carreira. Com a camisa do Internacional, fez 190 gols e marcou 77 gols, além de conquistar seis títulos.