Suíça exige acesso às contas de e-mail de Valcke
Fifa se diz disposta a colaborar nas investigações contra seu ex-secretário-geral, mas ainda não entregou os documentos pedidos pelo Ministério Público suíço
Jérôme Valcke, o dirigente francês afastado do cargo de secretário-geral da Fifa por suspeita de participação em um esquema ilegal de venda de ingressos, está na mira da Justiça suíça. O Ministério Público do país pediu acesso irrestrito aos e-mails de Valcke. “Posso confirmar que queremos obter acesso a todas essas diversas contas de e-mail. Mas a Fifa não nos entregou nenhuma até agora”, revelou Lauber Andre Marty, porta-voz do MP suíço, em entrevista à agência Associated Press nesta quarta-feira.
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De acordo com a AP, os endereços de e-mail da entidade e do Google serão utilizados no processo. A investigação foi aberta a pedido do promotor Michael Lauber. Em nota, a Fifa garantiu colaborar. “Nós estamos comprometidos em cooperar com as autoridades neste processo em andamento”. Nesta quinta, a Fifa reafirmou a intenção de ajudar, mas estabeleceu condições, que não foram reveladas. “A Fifa informou à promotoria suíça que permitirá o acesso às contas dos correios eletrônicos de Jérôme Valcke se forem cumpridas várias condições”, informou a entidade em comunicado enviado à agência France-Presse.
Valcke, de 54 anos, foi apontado como parte de um suposto esquema de venda de ingressos da Copa do Mundo de 2014, orquestrado por empresários do mercado negro, que exigiam valores quatro vezes maiores do que os tabelados pela Fifa. Segundo o empresário Benny Alon, dono da JB Marketing, Valcke embolsou cerca de 9 milhões de reais com o esquema.
Na quarta, o jornal O Estado de S.Paulo informou que a Fifa deve mudar a última reunião do ano, previamente programada para ocorrer no Japão, durante a disputa do Mundial de Clubes, para a Suíça. O objetivo seria evitar que Blatter tenha que deixar seu país e correr o risco de ser preso ou interrogado – o mesmo que tem feito o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que não deixou o Brasil desde a prisão de seu antecessor, José Maria Marin.
(Com Gazeta Press)