Sucesso absoluto, camisa gera conflito entre Corinthians e Instituto Senna
Novo terceiro uniforme em homenagem ao piloto causou repercussão internacional, mas, por contrato, não poderá ser vendido no exterior
O novo terceiro uniforme do Corinthians – que homenageia Ayrton Senna, um de seus torcedores mais ilustres, e que será usado pela primeira vez nesta sexta-feira, diante do Flamengo, em Itaquera – é um sucesso. Em menos de uma semana, o primeiro lote de venda da camisa preta e dourada, com o autógrafo do piloto no centro, já está perto de se esgotar. Por causa da fama e adoração do ídolo brasileiro morto em 1994, o lançamento da camisa gerou repercussão internacional e diversos fãs de Senna ao redor do mundo demonstraram interesse em adquiri-la. Mas há um problema: um acordo proíbe que a camisa seja vendida fora do Brasil, o que vem gerando certo incômodo entre clube e o Instituto Ayrton Senna.
As três partes envolvidas (Corinthians, Nike e Ayrton Senna) confirmam que, por causa de um contrato de licenciamento, a camisa não pode ser comercializada no exterior. O clube diz ter feito “todos os esforços” para negociar um novo acordo, o que também agradaria a fornecedora de material esportivo. Mas por enquanto os familiares do ex-piloto se limitam a dizer que “o sucesso desta homenagem chegou de forma impressionante aos fãs no exterior e esta nova possibilidade pode ser estudada no futuro, mas no momento nosso foco é total com a ação no Brasil, que está gerando uma excelente repercussão.”
O departamento de marketing Corinthians vem tentando expandir as vendas de suas camisas em lojas no exterior – até pouco tempo atrás, o único clube sul-americano a expor com frequência suas camisas na Europa era o Boca Juniors, da Argentina. No mês de julho, foram vendidas mais de 400 camisas alvinegras na Inglaterra e mais de 170 na França, informou o clube. Enquanto não entrar em acordo com o Instituto Senna, porém, apenas os modelos 1 e 2, sem nenhuma referência ao piloto, poderão ser comercializados.
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A camisa preta com 41 linhas douradas (em referência às cores do carro da Lotus e ao número de vitórias de Senna na Fórmula 1) custa 199,90 reais (modelo de torcedor, mais difícil de encontrar) e 299,90 reais (modelo de jogador, idêntico ao usado pelos atletas). A Nike não revela quantas camisas foram vendidas nem colocadas à venda, mas admite que o “sucesso estrondoso” do modelo vem surpreendendo.
Segundo o Corinthians, logo nos primeiros dias, mais de 25.000 camisas foram vendidas nas lojas oficiais e mais de 60.000 nas parceiras. Segundo dados da Neshoes, empresa que administra o site oficial de vendas Shop Timão, todo o estoque, projetado para um mês, esgotou em apenas três dias, e a camisa já é a segunda mais vendida dentre todas os uniformes de clubes lançados em 2018.
O Corinthians informou que um segundo lote de camisas será enviado na próxima semana. Segundo a Nike, toda a produção já foi feita. A fornecedora, que tem contrato com o Corinthians até 2026, não tem planos de fabricar mais modelos até o momento, mas é possível que a alta demanda modifique sua estratégia.