STJ atende a pedido da CBF e cassa liminar da Portuguesa
Equipe paulista será julgada por abandono de campo contra o Joinville no STJD
Em um contra-ataque rápido, na noite de sábado, a CBF colocou a Portuguesa novamente em apuros: a liminar obtida pelo torcedor do clube Renato de Britto Azevedo foi cassada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, e, com isso, dificultou a pretensão da equipe paulista de disputar a Série A do Campeonato Brasileiro. Para piorar, o clube pode ser severamente punida pela CBF pelo abandono de campo aos 17 minutos do primeiro tempo diante do Joinville na sexta-feira.
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A entidade fez uma reclamação no STJ contra a liminar e foi atendida pelo ministro Sidnei Beneti. Ele entendeu que um tribunal de São Paulo (no caso a 3ª Vara Cível do Foro Regional da Penha, na zona leste da cidade, concedida pela juíza Adaísa Bernardi Isaac Halpern) não poderia decidir sobre o processo que tramita no Rio de Janeiro. Foi Beneti também que, no último dia 10, definiu que o foro competente para julgar os casos é a 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca. Até o momento, porém, o site do Tribunal de Justiça de São Paulo ainda não traz nada de novo sobre a decisão.
O elenco da Portuguesa retornou à capital paulista no sábado em silêncio. A CBF afirmou que o clube lusitano será julgado por W.O. ou abandono de jogo, o que será decidido pelo STJD. Antes mesmo de tomar conhecimento da cassação da liminar do torcedor da Portuguesa, Paulo Schmitt, procurador do SJTD, prevê sérias punições ao clube. “A Portuguesa jamais poderia ter deixado o campo como fez. No Código Brasileiro de Justiça Desportiva, as penas variam entre multa, perda de pontos – que iriam para o adversário – e até mesmo exclusão da competição”, disse. Ele ainda não descarta o rebaixamento para a Série C, caso o clube seja punido, além do STJD, pela Fifa por ter procurado a Justiça comum.
Abandono – Na noite de sexta-feira, a Portuguesa entrou em campo para enfrentar o Joinville, mesmo com liminar na Justiça a seu favor. Ao ver seu time em campo, Renato ameaçou entrar com uma queixa-crime contra a diretoria da equipe e a CBF, pelo descumprimento da determinação judicial. O presidente Ilídio Lico afirmou que recebeu a visita de um oficial de justiça.
Aos 17 minutos, o delegado da partida, Laudir Zermiani, interrompeu o confronto e avisou os árbitros que havia recebido uma liminar das mãos de Marcos Lico, filho do presidente da Portuguesa, dizendo que o clube deveria receber de volta os quatro pontos retirados dela pelo STJD. Liderados pelo técnico Argel Fucks, os jogadores da Portuguesa saíram de campo. Depois de 30 minutos, período máximo de paralisação previsto no regulamento, a Portuguesa informou que não retornaria ao gramado.
(Com agência Estadão Conteúdo)