Pela força das equipes colocadas nos quatro potes, pela provável presença de duas campeãs mundiais numa mesma chave e pela enorme variedade de cenários dentro do sorteio, a cerimônia tem tudo para bater um recorde histórico de audiência
Chegou, enfim, a hora de conhecer 48 dos 64 jogos da tabela da Copa do Mundo do Brasil – e, claro, saber qual pode ser o caminho de cada seleção desde a estreia até o título. Entre o primeiro jogo e os túneis do Estádio do Maracanã, por onde passarão as duas equipes finalistas em 13 de julho de 2014, o caminho pode ser longo (até 5.500 quilômetros só na primeira fase) e incômodo (algumas equipes trocarão o vento gelado do Sul pelo sol escaldante do Norte e Nordeste). Para os mais iluminados, pode ser mais simples (o percurso mais curto na fase de grupos é de 772 quilômetros) e confortável (com três jogos disputados dentro de uma mesma região). São, de fato, variáveis que podem mudar dramaticamente os rumos da competição. Mas o que importa mesmo, evidentemente, é a definição mais aguardada por todas as 32 seleções participantes: os três primeiros rivais dentro da competição. Eles serão revelados nesta sexta-feira, a partir das 14 horas (de Brasília), no sorteio dos grupos da Copa, na Costa do Sauípe, na Bahia.
Pela força das equipes colocadas nos quatro potes, pela provável presença de duas campeãs mundiais numa mesma chave e pela enorme variedade de cenários dentro do sorteio – desde a possível formação de alguns dos grupos mais difíceis já vistos num Mundial até a montagem de chaves que pouca gente esperaria ver -, a cerimônia conduzida pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e apresentada pelo casal global Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert tem tudo para bater um recorde histórico de audiência (200 países receberão as imagens ao vivo). É difícil lembrar de um sorteio tão esperado antes de uma Copa. Oito lendas do futebol, uma de cada país que já levantou a taça, serão os responsáveis por selar os destinos dos times classificados. O Brasil, anfitrião, é o único que já tem sua posição na tabela definida: é o A1, cabeça-de-chave do primeiro grupo, com estreia marcada para São Paulo, o segundo jogo em Fortaleza e o terceiro em Brasília. Faltam os três primeiros adversários dentro do que pode ser o início da campanha do hexa.
Antes da seleção das bolinhas nos quatro potes – num procedimento considerado complicado, cercado de controvérsia nos dias que antecederam a festa -, o Brasil apresentará ao mundo um pouco da imagem que pretende exibir no ano que vem. Criado pelo diretor da Globo Luiz Gleiser, o espetáculo terá shows de Emicida, Margareth Menezes, Olodum, Alexandre Pires, Vanessa da Mata e Alcione. Gleiser disse que espera mostrar um país criativo e harmônico – mas seus planos foram manchados por uma inusitada polêmica a respeito de racismo, depois que Camila Pitanga e Lázaro Ramos foram preteridos como apresentadores. A Fifa e a organização do evento se irritou com o assunto, principalmente por desviar o foco dos preparativos para um evento tão aguardado. Mas o papel de Fernanda e Hilbert, o trabalho de Valcke no comando dos trabalhos, o cenário, o palco e os discursos – a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, deverão fazer seus pronunciamentos – são todos aspectos secundários da festa. O mundo estará de olho mesmo é em cada pedaço de papel colocado dentro das bolinhas do sorteio.