A seleção brasileira inicia nesta quinta-feira a caminhada rumo à Copa do Mundo da Rússia de 2018 com uma das partidas mais complicadas das Eliminatórias Sul-Americanas: diante do Chile, campeão da Copa América, em Santiago, em duelo marcado para 20h30 (de Brasília). Para piorar, o Brasil terá uma série de desfalques, incluindo seu capitão e principal jogador, Neymar, ainda suspenso por causa da confusão contra a Colômbia durante a Copa América. Além do atacante do Barcelona, o técnico Dunga perdeu Roberto Firmino e Philippe Coutinho, cortados por lesão, e o lateral-direito Rafinha, que pediu dispensa por se sentir desprestigiado. Com tantos desfalques importantes, o treinador apostou em atletas com grande experiência na equipe: Kaká (de 33 anos), Ricardo Oliveira (35) e Daniel Alves (32). Há ainda outros cinco “trintões” no atual elenco da seleção – Jefferson (32), Miranda (31), Filipe Luís (30), Elias (30) e Fernandinho (30) -, um sinal de que o time que inicia as Eliminatórias pode ser bem diferente do de uma possível estreia em 2018.
Dunga deu poucas pistas sobre a escalação durante os treinamentos em Santiago, mas a expectativa é que Kaká e Ricardo Oliveira comecem no banco de reservas – apesar de terem recebido as prestigiosas camisas 10 e 9, respectivamente. O atacante do Santos, que retorna à seleção depois de oito anos, disse “não pensar em 2018” e tentou dar moral ao grupo brasileiro, que vem de mais uma decepção na Copa América, ao contrário dos chilenos. “Jogamos fora de casa contra esta geração chilena que fez história e também pesa muito a torcida e o estado de ânimo deles. Mas também há campeões deste lado”, destacou na terça-feira. Sem Neymar e Firmino, a expectativa é que o treinador escale o ataque com dois jogadores que vivem grande fase em seus clubes: Douglas Costa, do Bayern de Munique, e Hulk, do Zenit. Companheiros de Chelsea, Willian e Oscar devem formar o meio-campo, com a possibilidade de Kaká entrar no segundo tempo. O meia do Orlando City precisa de apenas um gol para igualar Romário e Zico como maiores artilheiros da seleção nas Eliminatórias, com 11 gols. Mesmo tendo sido chamado às pressas, Daniel Alves deve ganhar nova chance na lateral direita. O treinador tem dúvidas em duas posições: Filipe Luís ou Marcelo na lateral esquerda e Elias ou Fernandinho no meio-campo.
Freguesia – Apesar de ser encarado como uma “pedreira” por ser o campeão continental, o Chile leva grande desvantagem no retrospecto histórico. O Brasil não perde para os chilenos há quinze anos, desde a derrota por 3 a 0, em 15 de agosto de 2000, no mesmo estádio Nacional de Santiago, com show da histórica dupla de ataque formada por Marcelo Salas e Ivan Zamorano. Desde então, os times se enfrentaram 14 vezes, com 11 vitórias brasileiras e três empates – um deles ocorrido nas oitavas de final da última Copa do Mundo, no Mineirão, em duelo vencido pelo Brasil, nos pênaltis. No último encontro, em março, o Brasil venceu por 1 a 0 o amistoso em Londres, com gol de Firmino.
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A embalada equipe chilena voltará ao Estádio Nacional, palco da conquista inédita da Copa América, mas pode ter o desfalque de seus principais ídolos, o volante Arturo Vidal, do Bayern, e Alexis Sanchez, do Arsenal. O técnico Jorge Sampaoli disse que os dois se apresentaram com dores e não estão garantidos. Charles Aranguiz, ex-Inter, sofreu grave lesão jogando pelo Bayer Leverkusen e é desfalque certo. O meia Jorge Valdivia, que recentemente deixou o Palmeiras, deve começar entre os titulares. Se o Chile vencer a partida, ultrapassará o Brasil no ranking da Fifa (atualmente ocupam a 9ª e 7º colocações). Depois da estreia contra o Chile, o Brasil embarcará para Fortaleza, onde enfrentará a seleção venezuelana, na próxima terça-feira (8), na Arena Castelão, às 22h (de Brasília).