Sampaoli: ‘O clube que teve Pelé e Neymar nos obriga a ser ofensivos’
Treinador argentino foi apresentado pelo Santos e se disse orgulhoso de trabalhar no “berço do futebol”
O Santos apresentou nesta terça-feira 18 o seu técnico para 2019, o argentino Jorge Sampaoli, em um evento no Museu do Futebol, na capital paulista. O ex-treinador da seleção argentina pretende deixar as decepções vividas na Rússia para trás e acredita que seu estilo de jogo ofensivo se encaixará perfeitamente no clube praiano.
“Minha ideia de futebol é sempre olhar mais para a meta do rival do que para minha e tratarei de impor minha ideia em um clube que por sua história, com jogadores como Pelé ou Neymar, nos obriga a jogar dessa maneira (ofensiva)”, afirmou o técnico de 58 anos, que se destacou pela seleção do Chile e depois passou por Sevilla e Argentina.
“As táticas se podem ser modificáveis, mas nunca o estilo (…) Tudo vai estar vinculado à bola. O que tenho visto nos últimos tempos, no futebol mundial, é que muitos times não querem a bola. E para nós a bola vai ser o melhor argumento para defender e para atacar”, continuou.
Sampaoli contou que já recebeu propostas de Cruzeiro, São Paulo e Flamengo em outras oportunidades, mas que só agora sentiu que era o momento de se aventurar no país vizinho. “Senti que, apesar de ter propostas de Europa e Ásia, agora estou no berço do futebol, de onde saem os melhores jogadores. É importante tentar, de outras maneiras, potencializar o talento. É um desafio. E o carinho que recebi da torcida desde que cheguei me obriga a estar à altura deste clube que é respeitado no mundo todo.”
Ao falar sobre os treinadores brasileiros que admira, Sampaoli citou Tite e Felipão, mas ressaltou a diferença de estilos de jogo. “Na seleção do Chile, quando tinha de acompanhar Valdivia e Eduardo Vargas, vi muitos jogos do Brasil. Aqui há treinadores de muita capacidade, de muita história. Com um estilo diferente, mas que respeito muito. Tite me parece uma pessoa muita respeitada, Scolari…”, discursou.
“Para mim há muitos técnicos que não coincidem com minha ideia, mas que com seus próprios estilo conquistaram muitas coisas, pela hierarquia que têm. Vou ter um duro caminho para impor uma estrutura que já deu resultados no Brasil, o meu estilo é totalmente anticultural, mas tomara que eu consiga competir”, completou.
Pelé usou as redes sociais para desejar boa sorte ao treinador e recebeu em troca palavras de carinho do argentino – que, no entanto, não quis entrar na eterna comparação com Diego Maradona.
“Esse debate de Pelé, Maradona, Messi… são diferentes etapas, muito difíceis de comparar. Antes de vir, comecei a ver mais a história do clube e de Pelé, no Brasil e no mundo, algo que antes não havia prestado tanta atenção. Já havia visto vídeos, claro, mas agora pude ver melhor a grandeza de Pelé e a paixão dos brasileiros por esse figura. Me parece uma honra estar no clube onde ele se destacou. Gostaria de conhecê-lo o mais rápido possível.”