Ronaldinho diz que prisão o surpreendeu: ‘Nunca imaginei passar por isso’
Ex-jogador disse não saber que os documentos que usou para entrar no Paraguai eram falsos e espera retornar em breve ao Brasil para rever a mãe
Ronaldinho Gaúcho falou publicamente pela primeira vez desde que foi preso há quase dois meses, em Assunção, no Paraguai, por ter entrado no país com documentos falsos. O ex-jogador e seu irmão e empresário Roberto de Assis permaneceram 32 dias em um presídio e, desde o dia 7, cumprem pena de prisão domiciliar em um hotel na capital paraguaia após pagamento de fiança. Em entrevista ao jornal local ABC Color, Ronaldinho se disse surpreso todo o ocorrido.
“Foi um duro golpe. Nunca imaginei que passaria por uma situação dessas. Durante toda a minha vida, busquei atingir o mais alto nível profissional e trazer alegria às pessoas com o meu futebol”, disse o ídolo do Barcelona, do Atlético-MG e da seleção brasileira, entre outros. Sem dar muitos detalhes sobre as investigações, Ronaldinho disse que viajou ao Paraguai para o lançamento de um cassino online e de um livro, e que não sabia que os documentos eram falsificados.
“Tudo o que fazemos é a partir de contratos gerenciados por meu irmão, que é meu representante (…) Ficamos surpresos ao saber que os documentos não eram originais. Desde então, nossa intenção tem sido colaborar com a Justiça para esclarecer o fato, como temos feito desde o início. Desde esse momento até hoje, explicamos tudo e facilitamos tudo o que a Justiça solicitou de nós”, afirmou.
O ex-atleta de 40 anos disse que espera retornar ao Brasil em breve para rever a mãe, Miguelina. “Esperamos que possam confirmar nossa posição e que possamos sair desta situação o mais rápido possível. A primeira coisa que quero fazer é dar um beijo grande na minha mãe, que vive dias difíceis desde o início da pandemia de Covid-19 em casa, depois de absorver o impacto que essa situação gerou e conseguiu seguir em frente com fé e força.”
Ronaldinho ainda detalhou sua rotina no presídio da Agrupação Especializada, onde dividiu uma cela de 15 metros quadrados (sem banheiro privativo) com o irmão e confraternizou com todos os demais detentos em partidas de futebol e futevôlei. “Todas as pessoas me receberam com bondade. Jogar futebol, dar autógrafos, estar em fotos, tudo isso faz parte da minha vida, não tenho motivos para parar de fazê-lo, muito mais com pessoas que estão passando por um momento difícil como eu estava”, completou o brasileiro. A entrevista completa, em vídeo, será transmitida no Paraguai na noite desta segunda.