Robinho Júnior, um jovem prodígio de nome bastante familiar, começa a dar as caras entre os profissionais do Santos cercado por pela expectativa de uma torcida carente, mas também pela inevitável sombra do pai, ídolo do clube preso por estupro.

Na edição de agosto da revista, PLACAR ouviu pessoas próximas a família, o técnico com quem mais trabalhou durante toda a sua formação, um treinador e o diretor das categorias de base do Santos, a assistente social Silvana Trevisan, que esteve por seis anos no clube, e o jornalista Adriano Wilkson, jornalista e apresentador do podcast “Os Grampos de Robinho” (UOL) e produtor do documentário “O Caso Robinho” (Globoplay), para traçar o perfil da nova joia de 17 anos da Vila Belmiro.

PLACAR disponibiliza trechos da reportagem abaixo. O material completo pode ser lido na versão digital, já está disponível para assinantes (clique aqui e vire membro) e na revista impressa, que chega às bancas na próxima sexta-feira, 15.

A(s) estreia(s) que Robinho não viu

A estreia do jovem como profissional do Santos ocorreu em Cariacica, no Espírito Santo, no amistoso entre Santos e Desportiva Ferroviária em 10 de julho deste ano. Seis dias depois, o Santos recebeu o Flamengo, em confronto pela 14ª rodada do Brasileirão, com Robinho Júnior saindo de campo ovacionado, mesmo em noite decisiva de Neymar: “Olelê, olalá, o Robinho vem aí, e o bicho vai pegar”, cantou a torcida. Robinho não assistiu a nenhuma delas. Na cela em que está, só há um televisor compartilhado, com canais abertos. As partidas foram transmitidas pelo canal fechado SporTV e pelo Premiere, respectivamente.

Brinquedos? Não, só bola mesmo

Pessoas próximas à família contam que diferente do irmão mais novo, Robinho Júnior jamais foi apegado a brinquedos. Pelo contrário, pedia chuteiras, bolas ou qualquer outro item relacionado a futebol nos aniversários, mesmo já tendo uma coleção destes.

Um autodidata

Pessoas com quem conviveu o classificam como um “autodidata”, alguém com um talento natural muito acima do comum. Franzino, com apenas 51 kg, é canhoto e tem habilidade considerada acima da média, mesmo com um ciclo incomum de viagens e pouco acompanhamento nas categorias de base, por muitas vezes comprometido pelas mudanças de clube do pai desde seu nascimento: Manchester, na Inglaterra; Milão, na Itália; Guangzhou, na China, Belo Horizonte, além de Sivas e Istambul, ambas na Turquia, foram só algumas das cidades em que morou. Durante a passagem de Robinho pelo Atlético Mineiro, entre 2016 e 2017, viajava com a mãe, Vivian Guglielmetti, de Belo Horizonte para Santos todas as sextas-feiras para jogar aos sábados no Portuários, clube da cidade. Cumpriu a rotina por mais de um ano.