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River Plate terá meia improvisado como goleiro; relembre outros casos

Enzo Pérez deve ser o arqueiro da equipe argentina diante do Santa Fe, repetindo aventura realizada por nomes como Felipe Melo, Daniel Alves e até Pelé

Em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus, está o futebol. Protocolos de distanciamento, testes periódicos e regulamentos especiais foram adicionados ao cotidiano dos clubes. Porém, nem sempre essas medidas estão imunes a falhas, como mostra o caso do River Plate. A tradicional equipe de Buenos Aires enfrenta um surto de Covid-19 em seu elenco, com 20 atletas contaminados. Entre os infectados, estão os quatro goleiros inscritos na Copa Libertadores, fato que obrigará o técnico Marcelo Gallardo a escalar um atleta de linha na meta.

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Segundo a imprensa argentina, Enzo Pérez deve ser o goleiro do River Plate na partida contra o Santa Fé, nesta quarta-feira, 19, a partir das 21h (de Brasília), em duelo com transmissão da Conmebol TV. O meio-campista de origem está lesionado, mas irá se sacrificar e atuar com luvas; apesar de ter 1,77m, altura considerada baixa para a posição.

Um atleta de linha começar uma partida no gol será algo inédito no futebol profissional, mas já houve diversos casos de “goleiros improvisados”, em momentos em que o camisa 1 foi expulso e as três substituições já haviam sido realizadas. Até mesmo o maior dos artilheiros já se aventurou na meta (e mais de uma vez). Relembre:

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FELIPE MELO

Jogador de linha ir para o gol é algo relativamente comum. Mas topar o desafio e ainda defender um pênalti é para poucos. O volante Felipe Melo, hoje no Palmeiras, vivenciou esta experiência em novembro de 2012, na partida entre Galatasaray e Elazigspor, pelo Campeonato Turco. O cronômetro marcava 44 minutos do segundo tempo, e o Galatasaray vencia por 1 a 0, quando o goleiro  Fernando Muslera cometeu penalidade e foi expulso. Felipe Melo, então, assumiu a camisa do uruguaio, acertou o canto e defendeu a penalidade cobrada por Göksu, garantindo os três pontos. Na comemoração, imitou um pitbull, sua comemoração característica.

DIEGO SOUZA

O meia-atacante era a grande referência técnica do Sport, mas provavelmente nunca imaginou que chegaria ao ponto de ter de ajudar o time como goleiro. No entanto,  em partida contra o Flamengo pelo Brasileirão de 2015, restou a ele substituir Magrão, que se lesionou, depois que todas as substituições do time pernambucano estavam esgotadas. Assim, em pleno Maracanã, a 10 minutos do fim, o camisa 87 (referência ao Brasileirão de 1987, reivindicado por ambos os clubes) vestiu as luvas, trocou de camiseta e foi defender a meta. O Sport, que vencia por 2 a 1, não aguentou a pressão e sofreu o empate. Porém, nos lances finais, Diego Souza fez boa defesa, o que impediu a derrota de sua equipe.

Diego Souza atuando como goleiro após substituir o goleiro Magrão, pelo Sport em partida contra o Flamengo, no Maracanã -
Diego Souza atuando como goleiro após substituir o goleiro Magrão Alexandre Loureiro/Getty Images

DANIEL ALVES

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Daniel Alves atua de goleiro no PSG
Daniel Alves na meta durante partida contra o Sochaux válida pela Copa da França Patrick Hertzog/AFP

Lateral-direito, lateral-esquerdo, zagueiro, volante, ala, meia, ponta-direta e… goleiro. Essas são todas as posições em que Daniel Alves já atuou na carreira. A mais inusitada delas aconteceu em 2018, quando jogava pelo Paris Saint-Germain. Durante vitória por 4×1 sobre o Sochaux, pela Copa da França, Kevin Trapp foi expulso nos minutos finais. Assim, Dani, com 1,72m de altura, foi o escolhido . Porém, o adversário não o obrigou  sequer a fazer uma defesa.

CAIO RIBEIRO

Caio Ribeiro como goleiro do Flamengo diante do Gama
Caio Ribeiro como goleiro do Flamengo diante do Gama Reprodução/Youtube

Em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 1999, Gama e Flamengo se enfrentaram dia 11 de setembro, no Bezerrão, Distrito Federal. Porém, o fato mais lembrado daquele dia foi Caio Ribeiro como goleiro. Já aos 35 minutos do segundo tempo, enquanto o placar marcava 1 a 1, o treinador rubro-negro Carlinhos havia feito as três alterações e o goleiro Clêmer foi expulso. A solução: Caio, que jogava com luvas no “rachão”, foi escolhido para jogar no gol. E, no final da partida, o meia-atacante fez duas defesas e garantiu o empate para o Flamengo.

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GUSTAVO NERY

No dia 24 de julho de 2003, São Paulo e Ponte Preta se enfrentaram pelo Campeonato Brasileiro. O Tricolor Paulista sofria contra a Macaca e empatava em 1 a 1, com um jogador a menos. Até que Rogério Ceni também foi expulso, já na reta final da partida. Todas as trocas já tinham sido realizadas. Assim, o lateral Gustavo Nery foi escolhido para “substituir” Ceni. Porém, aos 48 minutos do segundo tempo, a Ponte marcou o segundo gol e venceu a partida.

ALECSANDRO

A primeira rodada do Campeonato Carioca de 2015 contou com uma partida, no mínimo, curiosa. Um tenso Macaé e Flamengo marcou a carreira do centroavante Alecsandro. Autor do gol do Flamengo, Alecgol foi o escolhido para a meta quando Paulo Victor se lesionou, aos 30 minutos do segundo tempo.  A equipe adversária, porém, não conseguiu incomodar e o empate em 1 a 1 seguiu no placar até o apito final.

RAFAEL MOURA

Enquanto atuava pelo Internacional, Rafael Moura teve de “quebrar um galho” debaixo das traves. Porém, em uma ocasião nada especial. Pelo Brasileirão de 2014, contra a Chapecoense, em partida na Arena Condá, o Inter foi goleado por 5 a 0. Assim, quando o time da casa já estava com uma vantagem de quatro gols, o goleiro Dida foi expulso por cometer um pênalti. Rafael Moura calçou as luvas, porém não adiantou, sofreu o quinto gol, fechando a conta.

MAICON

Pela Libertadores de 2016, ainda na fase de grupos, o São Paulo subiu à altitude de La Paz para enfrentar o The Strongest. Um empate colocaria o Tricolor  nas oitavas de final. Assim, em um jogo tenso, o time brasileiro segurava o empate em 1 a 1, já com um jogador a menos. Porém, aos 48 minutos do segundo tempo, o goleiro Denis foi expulso e o zagueiro Maicon foi para o gol. O defensor conseguiu agarrar em um lance de cruzamento, garantindo o ponto precioso.

Maicon como goleiro do São Paulo
Maicon como goleiro do São Paulo Rubens Chiri/saopaulofc.net/Divulgação

 

EDMUNDO

Já veterano, Edmundo estreou na nova função. Foi em 2008, quando Vasco e Cruzeiro jogaram em São Januário, pelo Brasileirão. O time cruz-maltino já perdia por 2 a 0, e Tiago, titular do gol, foi expulso. O “Animal”, então, vestiu as luvas, mas não evitou o gol. A partida terminou 3 a 1 para o Cruzeiro, mas Edmundo saiu aplaudido pela torcida.

CÍCERO

O meio-campista Cícero com passagens por diversos clubes do Brasil já atuou como goleiro. Pelo Fluminense, em 2007, no Campeonato Carioca, após a expulsão de Fernando Henrique, o atleta teve de tentar defender uma penalidade. Acertou o canto, mas não conseguiu parar o gol. A partida terminou com vitória do Flu por 4 a 3 sobre o Cabofriense. Na entrevista pós-jogo, Cícero revelou que quando atuava pelo Bahia também já foi improvisado no gol.

PELÉ

Apesar de ter sido o maior pesadelo dos goleiros, Pelé também já se aventurou na posição; e mais de uma vez. A mais famosa delas, em 1963, na semifinal da Taça Brasil, contra o Grêmio. Na partida de volta do combate, após Gylmar ser expulso, o Rei (que já havia marcado três gols) vestiu a farda de defensor da meta e foi ao gol. Os ex-companheiros de clube diziam que Pelé era bom goleiro e gostava de defender nos treinamentos. Segundo consta nos registros, ele atuou em outras três ocasiões: contra o Comercial-SP, Botafogo-PB e Baltimore Bays-EUA, e não levou nenhum gol.

Pelé fazendo teste como goleiro -
Pelé fazendo teste como goleiro – Acervo/Placar
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