Quer ser campeão do mundo? Não conquiste a Copa das Confederações
Torneio preliminar nunca refletiu seu resultado no mundial. Essa maldição pode ser chamada de euforia enganosa
Originalmente Copa Rei Fahd (torneio disputado na Arábia Saudita, em 1992 e 1995, que reunia campeões continentais), a Copa das Confederações foi adotada pela Fifa na edição de 1997. A partir de 2005, deixou de ser bienal e se consolidou como evento teste para o anfitrião do mundial — como fora em 2001, na Coreia do Sul e no Japão. Quase um mundialito, sempre reunindo camisas de peso, a competição empolgou torcidas — sobretudo a brasileira —, mas criou uma maldição: ganhá-la significa tropeçar na hora do filé mignon.
Desde o início, aliás. A Argentina, campeã de 1992 com Goycoechea, Caniggia, Simeone e Batistuta, ainda ganharia a Copa América do ano seguinte, seu último troféu no futebol profissional! Na Copa de 1994, abalada pela suspensão do craque Maradona por doping, foi eliminada pela Romênia nas oitavas.
Em 1997, o Brasil goleava sob o comando de Zagallo e com Ronaldo então melhor jogador do mundo. Em 1998, os contundidos Romário e Juninho Paulista deram lugar a Bebeto e Rivaldo — que foram bem, mas a França de Zidane fez uma soberba final e deixou os brasileiros com o vice.
Embalada pelo título mundial e pela Eurocopa de 2000, a França ganhou a Copa das Confederações de 2001 mesmo poupando o goleiro Barthez, o meia Zidane e o atacante Henry. Na Copa seguinte, caiu na primeira fase sem marcar um gol sequer…
Em 2005, Ronaldinho Gaúcho e Adriano comandaram o pagode no campo e no vestiário. Essa mesma alegria extracampo, porém, atrapalhou a preparação para o mundial da Alemanha, quando Zidane colocou os brasileiros pra dançar.
Se o time de Dunga em 2009 era menos habilidoso, por outro lado primava pela eficiência nos contra-ataques. Levou as Confederações de forma invicta e manteve a base com Júlio César, Lúcio, Felipe Melo, Kaká, Robinho e Luís Fabiano para o mundial. Um segundo tempo desastroso contra a Holanda, nas quartas, finalizou a caminhada canarinho.
A maior prova da “maldição” certamente é 2013. País sede, o Brasil lotou seus estádios, foi envolvido por muito orgulho e muito amor e viu Neymar assumir o esperado protagonismo. O categórico 3 a 0 sobre a Espanha na final deu início à contagem regressiva para o hexa. E até hoje estamos contando aqueles sete gols da Alemanha.