Quem é Bremer, zagueiro brasileiro eleito melhor defensor do Italiano
Ex-Atlético-MG, brasileiro superou início difícil no clube em 2018 para virar titular absoluto e despertar interesse de gigantes europeus
Regularidade e alto nível. Estes são os principais atributos do zagueiro brasileiro Gleison Bremer, de 25 anos, que atua no Torino. Na última sexta-feira, 20, o camisa 3 da equipe de Turim foi eleito o melhor defensor de toda a Série A, a elite do futebol italiano, na temporada 2021/22. Revelado pelo Atlético-MG, Bremer já desperta interesse nos rivais Inter de Milão e Juventus, além de Paris Saint-Germain e Bayern de Munique por um valor quase seis vezes mais caro do que foi vendido pelo Galo.
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Natural de Itapitanga, município no interior da Bahia, o jogador ficou conhecido no futebol nacional por passagens nas categorias de base do São Paulo e Desportivo Brasil.
No Atlético-MG, atuou no sub-20 e fez parte da conquista da Copa do Brasil da categoria. Subiu para o profissional do Galo pelas mãos do então técnico Roger Machado, entre 2017 e 2018, e ganhou espaço no elenco. Atuou em 33 partidas – 23 delas no Brasileirão.
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Em 2018, o zagueirão Bremer, cria da base do #Galo, e o atacante Roger Guedes, com um improvável gol de cabeça de fora da área, marcaram na vitória de virada sobre o Athletico-PR, na Arena da Baixada. Veja os gols! 👀⚽
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— Atlético (@Atletico) August 15, 2019
A ascensão rápida no profissional logo chamou atenção do hepta campeão italiano. O Torino comprou o jogador do Atlético-MG, em 2018, por cerca de 5,8 milhões de euros. Hoje, Bremer vale 30 milhões de euros (155 milhões de reais), segundo o site especializado em transferência Transfermakt.
Na cerimônia de anúncio, o presidente do Torino, Urbano Cairo, destacava as características do jogador: “ele vinha sendo acompanhado por nossa rede de observadores em diversas ocasiões. Corpo maciço, sombrio na marcação, rápido e resoluto, tem todas as qualidades para fazer bem em um campeonato extremamente competitivo como a série A”, destacou à época.
O primeiro ano pelo clube italiano foi marcado por pouca sequência de jogos, apenas sete ao longo da temporada. Um primeiro empecilho era aprender a língua.
“Sempre fui um zagueiro defensivamente muito bom, mas tinha umas características que não conseguia desenvolver tanto. Primeiro tive que aprender o italiano e depois saber o que eles (treinadores) estavam pedindo, por isso demorou um pouco mais”, desabafou Bremer sobre a adaptação no novo país, em entrevista ao ESPN.
No entanto, as três temporadas seguintes, contando com a atual, o zagueiro tem mostrado a regularidade tática e o desenvolvimento à Liga.
Na temporada 2019/20 e 2020/21 atingiu a mesma marca: 35 jogos – todos como titular, além de cinco bolas na rede. Foi ainda o líder de recuperações de bola em todo o campeonato por dois anos consecutivos. Um saldo individualmente proveitoso para um desempenho ruim do coletivo – nos últimos anos o Torino correu reais riscos de rebaixamento.
A mudança de treinador, com a chegada do croata Ivan Juric, não mudou a titularidade defensiva. Nesta temporada, Bremer já soma 33 jogos – em todas começou atuando nas 37 rodadas. O brasileiro é o líder em duelos aéreos e intercepções.
Aliás, Bremer foi protagonista central do clássico de Turim, entre Torino e Juventus, em fevereiro. O zagueiro brasileiro anulou o atacante sérvio Dusan Vlahovic, comprado pelo rival por 80 milhões de euros (454 milhões de reais).
Diante do bom momento, os rumores de uma possível saída de Bremer do Torino já na próxima janela de transferência do verão europeu são inevitáveis. Mesmo com vínculo até 2024, o futuro do defensor está indefinido. Seja qual for o destino, o Galo já esfrega as mãos para faturar parte do valor pelo mecanismo de solidariedade, montante repassado aos clubes formadores.
Até agora, Bremer não recebeu nenhum chamado de Tite para defender a seleção brasileira – e o tempo para isso pode estar acabando. Segundo o jornal La Gazzetta dello Sport, o jogador pode obter um passaporte italiano em breve, e com isso ficar elegível para jogar pela seleção europeia, a exemplo de outros brasileiros como o volante Jorginho, o zagueiro Rafael Tolói e o atacante João Pedro.