Quatro corridas memoráveis da Fórmula 1 no Brasil
Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Felipe Massa protagonizaram cenas inesquecíveis no país
Marcha quebrada
Ayrton Senna conquistou duas vitórias no GP do Brasil, que terá a sua 48ª edição disputada no domingo 17 (a história começou em 1972 no circuito de Interlagos, mas em uma corrida extraoficial). O primeiro triunfo de Senna foi dramático (foto). Já bicampeão mundial, o brasileiro liderava tranquilamente para quebrar o tabu de nunca ter vencido em casa. Nas últimas voltas, porém, o câmbio da McLaren travou na sexta marcha, obrigando o piloto a fazer um esforço enorme para se manter na frente até o fim.
Carro nacional
O Brasil teve uma escuderia na F1 entre 1975 e 1982, fruto do esforço empreendedor da família Fittipaldi. O Copersucar não venceu nenhuma das 122 corridas que disputou, e virou piada no país pelas quebras constantes do carro. No GP do Brasil de 1978, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, obteve a melhor colocação, com o segundo lugar de Emerson Fittipaldi, atrás apenas do argentino Carlos Reutemann, da Ferrari. A torcida invadiu a pista para comemorar o pódio do Copersucar.
Quase campeão
Depois de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, o Brasil nunca esteve tão perto de um novo título mundial como com Felipe Massa. A bordo da Ferrari, ele cruzou a linha de chegada do GP do Brasil de 2008 em primeiro lugar e, por 23 segundos, experimentou o sabor de conquistar também o Mundial da temporada. Até que Lewis Hamilton realizou uma ultrapassagem na última volta do circuito de Interlagos para terminar a prova na quinta posição. Foi o suficiente para garantir ao inglês o campeonato.
Dobradinha
O Grande Prêmio do Brasil disputado em 1986 no Autódromo de Jacarepaguá representou um dos capítulos iniciais da grande rivalidade entre Ayrton Senna e Nelson Piquet nas pistas. Ao volante da Lotus, Senna largou na pole. Acabou sendo ultrapassado pela Williams de Piquet na terceira volta. Na sequência, perdeu a segunda posição para Alain Prost. A poucas voltas do fim, no entanto, o motor do carro do francês explodiu, o que garantiu a dobradinha brasileira no pódio.
Publicado em VEJA de 20 de novembro de 2019, edição nº 2661