Procurador-geral da República também vai investigar Del Nero e Teixeira
Rodrigo Janot pedirá ao FBI as provas existentes contra os dirigentes e avaliará a possibilidade de a dupla ser julgada no Brasil
Denunciados por corrupção pela Justiça americana na quinta-feira, Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, e Ricardo Teixeira, mandatário da entidade entre 1989 e 2012, não podem ser extraditados aos Estados Unidos de acordo com as leis brasileiras. No entanto, o caso pode ser analisado também no Brasil, o que aumentaria o risco de prisão dos cartolas. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá nos próximos dias à Justiça americana as provas existentes contra Del Nero e Teixeira, para avaliar a possibilidade de os dirigentes serem julgados no Brasil.
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Del Nero e Teixeira, no entanto, poderão se beneficiar da legislação brasileira, porque ainda não existe uma lei que puna a corrupção privada no país. Há um projeto que está em discussão no Congresso Nacional, porém este só iria punir casos a partir da validação da lei. Os dois dirigentes, portanto, têm grandes chances de conseguir evitar a prisão, com a condição de que não saiam do Brasil – Del Nero não viaja para o exterior desde maio, quando a operação foi deflagrada. Uma opção analisada por Janot seria abordar o caso a partir da suspeita de evasão fiscal, mas isso dependeria de uma análise dos documentos do FBI.
Até o momento, o processo revelou que Del Nero, Teixeira e também o ex-presidente da CBF, José Maria Marin – que cumpre pena de prisão domiciliar em Nova York – receberam milhões de dólares em propinas em contratos de direitos de transmissão da Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América, além do contrato da entidade com a Nike.
O FBI avisou que novos dirigentes estão sendo investigados no escândalo de corrupção no futebol e, em 2016, outras ordens de prisão serão realizadas. Até agora, além dos três cartolas, o caso nos EUA também envolve os empresários brasileiros José Hawilla, José Margulies e Fabio Tordin, que se declararam culpados. No total, 27 cartolas já foram indiciados, mas, segundo o FBI, estão na mira da Justiça outros 24 indivíduos de diversos países, inclusive do Brasil.
(com Estadão Conteúdo)