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Primeiro-ministro da Bulgária exige demissão de cartola após atos racistas

Premiê britânico Boris Johnson também se manifestou e disse que “esta mancha no futebol não está sendo tratada adequadamente”

O primeiro-ministro da Bulgária, Boiko Borissov, pediu nesta terça-feira, 15, a “demissão imediata” do presidente da federação búlgara de futebol, o ex-goleiro Borislav Mihaylov, um dia depois das manifestações racistas de torcedores durante a partida entre a seleção do país e a Inglaterra, pelas Eliminatórias da Euro-2020, em Sófia. Horas depois, a demissão foi confirmada.

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“É inadmissível que a Bulgária, um dos países mais tolerantes, seja associado ao racismo e à xenofobia, quando pessoas de etnias e religiões diferentes vivem aqui em paz”, escreveu em sua página no Facebook o chefe do governo búlgaro, horas depois da seleção de seu país ser goleada pela Inglaterra por 6-0.

Borissov ordenou o fim de qualquer vínculo, inclusive econômico, com a federação búlgara de futebol após uma “vergonhosa derrota” e até que a demissão de Mihaylov seja concretizada. Desde que o atual presidente da federação assumiu o cargo, em 2005, a Bulgária não conseguiu se classificar para nenhum dos principais torneios internacionais.

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A saída de Mihaylov foi confirmada horas depois. “Hoje, o presidente da Federação Búlgara de Futebol, Borislav Mihaylov, apresentou sua demissão, que será entregue aos membros do comitê executivo durante a reunião de sexta-feira”, anunciou a federação em nota.

A decisão acontece “em meio às tensões que surgiram nos últimos dias, prejudiciais para o futebol búlgaro e para a Federação Búlgara de Futebol”, completou a entidade.

Na segunda-feira, Mihaylov não quis comentar a derrota nem os gritos racistas e saudações nazistas por parte do público búlgaro no estádio. O mandatário deixou o estádio antes da final da partida.

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O primeiro-ministro britânico Boris Johnson também se manifestou e classificou de “infames” os gritos racistas nos estádios. “Esta mancha no futebol não está sendo tratada adequadamente”, disse um porta-voz de Johnson. “O racismo e a discriminação devem desaparecer do futebol de uma vez por todas”, completou, antes de afirmar que o governo solicitará à Uefa que adote “duras sanções”.

Parte do público presente no estádio Vasil-Levski, em Sófia, proferiu insultos racistas contra três jogadores negros da Inglaterra, Tyrone Mings, Marcus Rashford e Raheem Sterling, o que provocou a paralisação da partida.

Com a bola parada, a transmissão mostrou torcedores búlgaros realizando saudações nazistas, outros imitando macacos e com roupas e mensagens de violência, como “Sem respeito” – em resposta ao lema “respeito” que a Uefa estampa na camisa dos atletas e em várias partes do estádio. 

O estádio Vasil-Levski já foi punido no passado com o fechamento parcial da arquibancada devido a insultos racistas da torcida em junho, durante uma partida contra Kosovo.

Atos racistas têm sido recorrentes em jogos no futebol europeu nesta temporada, especialmente na Itália, onde na semana passada a Atalanta foi multada por ofensas de sua torcida ao brasileiro Dalbert, da Fiorentina. O atacante belga da Inter de Milão, Romelu Lukaku, e o meia marfinense do Milan, Franck Kessié, também foram vítimas de racismo na Série A.

(com AFP)

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