Possível substituto de Ibra é campeão da Euro e ídolo em Turim
Andrea Belotti, de 28 anos, teve passagens por AlbinoLeffe e Palermo antes de virar estrela do Torino e alvo do Milan, seu time do coração
O atacante italiano Andrea Belotti tem sido o destaque do Torino nos últimos anos, mas não deve permanecer na equipe para a próxima temporada. Conhecido pelo apelido de Il Gallo (O Galo, em tradução do italiano), o jogador terá seu vínculo encerrado em junho e não quis renovar, pois tem na mesa diversas tentadoras propostas. Assumidamente torcedor do Milan, Belotti é o mais cotado para assumir a vaga do centroavante sueco Zlatan Ibrahimović, que vem cogitando a aposentadoria, aos 40 anos.
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Aos 28 anos, Belotti está longe da jovialidade quase sempre preferida pelos times europeus no mercado de transferência. Apesar disso, em sua carreira ele sempre manteve bons números e participações em gols. Na atual temporada, o camisa 9 do Torino balançou as redes oito vezes em 21 jogos. Ao todo, soma 113 gols em 249 jogos pelo time de Turim, do qual é capitão e grande referência do elenco dirigido por Ivan Juric.
Revelado pelo Unione Calcio AlbinoLeffe, time da terceira divisão do futebol italiano, Belotti também teve passagem pelo Palermo entre os anos de 2013 e 2014. No ano seguinte, chegou ao Torino e em 2021 teve contrato renovado com a equipe, com multa rescisória de 100 milhões de euros.
À época, o presidente do clube do Torino, Urbano Cairo, explicava, de bom grado, o valor. “É isso que ele vale mesmo. E não ficaria nada feliz se alguém colocasse esses 100 milhões na mesa para tirá-lo daqui. Prefiro mantê-lo conosco”, afirmou o dirigente. Ironicamente, agora com o fim seu novo vínculo, deve perdê-lo sem qualquer compensação.
Andrea Belotti é apelidado de Galo, pois costuma comemorar seus gols com a mão aberta sobre a cabeça, como se formasse uma crista de galo, em homenagem ao amigo de infância Juri Gallo e também para lembrar as brincadeiras no galinheiro da família.
Nascido em Calcinate, próximo à província de Bérgamo, Belotti vem de família fanática pela Atalanta, mas torcia justamente pelo Milan e tinha como grande ídolo uma estrela ‘rossonera’, o ucraniano Andriy Shevchenko. “Tinha um pôster de Sheva na parede, é até hoje o meu ídolo”, contou em entrevista à Série A em 2016.
Três anos depois, à Gazzetta Dello Sport, reafirmou seu amor pelo Milan ao relembrar que Gennaro Gattuso foi seu primeiro treinador, ainda no Palermo. “Durou pouco, mas foi uma grande emoção porque, como um torcedor do Milan desde pequeno, ser treinado por alguém para quem torcia, foi algo mágico.”
Longe de estar nos holofotes dos grandes times italianos, Belotti guarda consigo o reconhecimento da seleção italiana. O jogador defende a Azurra desde as categorias de base e, desde 2016, a equipe principal. Soma 42 convocações e fez parte da equipe campeã da Eurocopa em 2021.
O jogador se destaca mesmo pela condição física, muitas vezes comparada a de um boxeador. Com 1,80m de altura, não é o atleta mais habilidoso e rápido em campo, mas se sobressai pelo bom posicionamento na grande área e força física nas divididas.
Ídolo do ‘primo pobre’ de Turim, Belottti marcou no último clássico diante da Juventus, no empate em 1 a 1, em fevereiro, e comemorou efusivamente. “A emoção juntou tudo, o dérbi, a vontade de ajudar o time… meu gol serviu, mas foi uma pena não termos vencido”, disse, à emissora DAZN. Questionado se este seria seu último clássico, despistou. “Isso não sei. Se foi, fico orgulhoso de mim e de meus companheiros”. Atualmente, a equipe grená ocupa a 10ª colocação da Série A.
O Milan deseja o artilheiro como um alento a saída e provável aposentadoria de Ibrahimovic. Segundo o jornal ‘Corriere Granata’, a equipe estaria disposta a desembolsar até 30 milhões de euros (cerca de R$ 206 milhões) para contratar Belotti. O líder do campeonato, no entanto, tem concorrência: o West Ham, da Inglaterra, também tem interesse real.
Enquanto decide seu futuro, Belotti terá dois jogos contra Verona e Roma para tentar marcar dois gols e alcançar um recorde: igualar Paolino Pulici, ídolo grená da década de 1970, como jogador do Torino a marcar pelo menos 10 gols em sete temporadas consecutivas da Série A. Entre todas as equipes, o último a obter a marca foi Antonio Di Natale, com a Udinese, entre 2007 e 2015.