Patinadoras sul-coreanas acusam treinadores de assédio sexual
Cinco atletas fizeram a denúncia de forma anônima nesta segunda-feira
Uma das forças na patinação de velocidade dos esportes de inverno, a Coreia do Sul foi abalada nesta segunda-feira, 21, por um escândalo de assédio sexual. Cinco atletas do time sul-coreano, que não tiveram seus nomes revelados, acusaram treinadores de abuso. Uma das patinadoras alega que o técnico a beijou à força e a atacou verbalmente quando a atleta rejeitou a investida.
As mulheres são representadas por um grupo chamado Solidariedade para Jovens Patinadoras (SYS em inglês), que veio a público com as acusações na segunda-feira, com apoio do advogado Sohn Hye-won.
De acordo com o SYS, as mulheres permaneceram anônimas por medo de retaliação daqueles que defendem os treinadores e da comunidade dos patinadores. “Elas estão com muito medo de uma potencial retaliação e a possibilidade de rejeição da comunidade”, disse Park Ji-hoon, outro advogado do SYS, para a BBC.
O advogado pediu investigação contra Jun Myung-kyu, antigo treinador nacional do time de patinadoras e figura influente no esporte sul-coreano. O ex-treinador se defende alegando que não tem influência na federação nem conhecimento dos abusos. “Eu não estava em posição de saber tudo sobre os supostos casos de assédio”, disse o treinador à imprensa.
A crise no esporte sul-coreano começou em janeiro de 2018, quando a medalhista de ouro Shim Suk-hee acusou seu ex-treinador de abuso sexual e violência durante sua adolescência. Em setembro, o treinador Cho Jae-beom foi condenado por bater e abusar da atleta. “Ele me chutou e me bateu forte, especialmente na cabeça. Pensei que ia morrer”, disse a atleta no tribunal, sobre quando sofreu abusos quando tinha 7 anos.
Desde então, atletas de diversos esportes fizeram acusações de abuso por treinadores na Coreia do Sul.