Coordenador técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, Carlos Alberto Parreira defendeu o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, por não ter contratado o espanhol Pep Guardiola para comandar a equipe no último Mundial. O treinador campeão da Copa de 1994 reconheceu os feitos de Guardiola, mas disse que há muitas diferenças entre treinar um grande clube europeu e uma seleção.
“Nessas circunstâncias, chegar e dirigir a seleção numa Copa, eu sou contra, não ajudaria em nada. Não sou contra técnicos estrangeiros, já fui ver treinos do Guardiola, o trabalho de campo dele é fantástico e os resultados mostram isso. Mas uma coisa é dirigir o Barcelona, que só tem craques, tem recurso. E outra é trabalhar na seleção, que se reúne a cada dois meses, faz só um treino. É muito difícil, até o treinador entender a cultura do país leva tempo”, afirmou Parreira, em entrevista à ESPN Brasil.
Segundo Parreira, Guardiola ou qualquer outro técnico estrangeiro deveria provar seu valor em um clube brasileiro antes de chegar à seleção. “Acho que em clubes eles fariam trabalhos maravilhosos. Se algum deles viesse, ganhasse vários campeonatos por clubes, aí acho que ele deveria assumir a seleção. Mas quem garante que a seleção seria campeã com o Guardiola chegando um ano antes da Copa? Gosto do trabalho, sou admirador dos times que ele formou. Seria útil, mas não naquele contexto. O técnico da seleção tinha que ser brasileiro.”
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Na última terça-feira, o lateral-direito Daniel Alves revelou, também em entrevista à ESPN Brasil, que Guardiola tinha projeto de assumir a seleção brasileira antes da Copa do Mundo. Segundo o atleta, Guardiola tinha estratégia e até time definido para o Brasil e se dispôs a só receber salário em caso de conquistas. Marin, no entanto, preferiu contratar Luiz Felipe Scolari, que convidou Parreira para integrar a comissão técnica.