Para onde Messi vai? Relembre em quais clubes outros craques pararam
Argentino não deve seguir no PSG e tem como opção se aposentar nos EUA, como Pelé; confira onde foi o adeus de Ronaldo, Maradona, Cruyff, Zico e Romário
“Quem vai ficar com Lionel Messi?” é a questão mais quente do mercado da bola do futebol europeu. Aos 35, em fim de contrato com um Paris Saint-Germain em crise, o astro argentino foi alvo de vaias em sua última partida e tem sua permanência na França cada vez menos provável. O milionária proposta do Al-Hilal, da Arábia Saudita, parece não ter empolgado o campeão do mundo. Um possível retorno ao Barcelona é cogitado e entusiasma os catalães. Em sua terra natal, Rosário, há quem sonhe com uma despedida triunfal em seu clube do coração, o Newells’s Old Boys. Os Estados Unidos também aparecem com um potencial destino.
Enquanto seu eterno antagonista Cristiano Ronaldo curte o fim de carreira no futebol árabe, Messi, dois anos mais jovem, também já começa a esboçar sua aposentadoria. Ao longo da história, grandes craques também passaram pelo dilema sobre quando e onde parar. Relembre, abaixo, as últimas passagens de Pelé, Maradona, Ronaldo e outras lendas.
Pelé – New York Cosmos (1977)
O maior de todos os craques jogou quase toda a sua carreira no Santos, entre 1956 e 1974. Foram 1116 jogos, com 1091 gols, dez títulos paulistas, seis brasileiros, dois da Libertadores e dois mundiais, entre outros. Aos 35 anos, idade atual de Messi, ao descobrir problemas em suas finanças, devido a negócios que não propesperaram como previsto, o Rei decidiu aceitar a proposta do New York Cosmos para ajudar a desenvolver o soccer nos Estados Unidos. Em três temporadas, Pelé marcou 65 gols em 107 partidas pelo time alviverde. Em 1º de outubro de 1977, ele pendurou as chuteiras em um amistoso entre Santos e Cosmos, no Giants Stadium, no qual jogoi um tempo por cada equipe e marcou um gol pelo lado americano. No fim, clamou por “love, love, love”.
Diego Armando Maradona – Boca Juniors (1997)
Envolvido em uma série de escândalos de doping no fim de sua passagem pelo Napoli, Maradona nunca mais foi o mesmo. Passou por Sevilla e Newell’s Old Boys, antes de encerrar sua carreira no clube que mais ama, o Boca Juniors, pelo qual já havia atuado entre 1981 e 1982. Entre 1995 e 1997, esteve a maior parte do tempo lesionado e não conquistou títulos, mas pôde receber o carinho incondicional dos fãs na Bombonera e outros estádios argentinos. Seu último jogo, em 25 de outubro de 1997, foi justamente um Superclásico diante do River Plate, no Monumental de Núñez. Com dor muscular, foi substituído no intervalo (há quem diga que por seu “herdeiro” da camisa 10, Juan Román Riquelme, ainda que a súmula mostre que o jovem prodígio entrou na vaga de Vivas enquanto o velho parceiro Claudio Cannigia entrou na vaga de Dieguito). O Boca venceu esse clássico por 2 a 1. Dias depois, Maradona anunciou que não voltaria a atuar profissionalmente.
Ronaldo – Corinthians (2011)
Quis o destino que um dos atletas mais talentosos e vencedores do futebol se aposentasse com um grande vexame. Em 2 de fevereiro de 2011, o Corinthians foi eliminado na fase preliminar da Libertadores pelo Deportes Tolima, em Ibagué, na Colômbia, com uma derrota por 2 a 0. Dias depois, Ronaldo anunciou o adeus dos campos, alegando que não suportava mais tantas dores. O Fenômeno, porém, teve boa passagem pelo Timão: 35 gols em 69 jogos e brilhou nas conquistas do Paulistão e da Copa do Brasil de 2009.
Ronaldinho – Fluminense (2015)
Uma despedida silenciosa, quase fantasma. Ídolo de Barcelona, PSG e Atlético-MG, o craque formado pelo Grêmio jogou sua última temporada como profissional pelo Fluminense, vindo do Querétaro, do México. Em pouco mais de dois meses, jogou nove partidas, não fez gol e nem deu assistências. O “Bruxo” ainda participaria de jogos festivos, mas sua última aparição oficial foi em 6 de setembro de 2015, um triunfo do Fluminense por 2 x 0 sobre o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro.
Johan Cruyff – Feyenoord (1984)
O maior craque do futebol holandês, lenda de Ajax e Barcelona, e líder da seleção eternizada como a Laranja Mecânica da Copa de 1974, se despediu do futebol em clima de vingança. O craque já havia passado por clubes dos EUA, mas voltou ao país natal com o objetivo de encerrar a carreira no amado Ajax, pelo qual atuou entre 1981 e 1983. Cruyff queria mais um ano de contrato, enquanto a diretoria de Amsterdã fazia jogo duro pois o considerava velho demais. O eterno camisa 14, então, decidiu se transferir ao rival Feyenoord e obteve sua doce revanche. Foi campeão holandês e da Copa da Holanda e marcou 13 gols pela equipe de Roterdã antes de, aí sim, encerrar a carreira aos 36 anos.
Zico – Kashima Antlers (1994)
O maior ídolo da história do Flamengo, querido na Itália, onde atuou pela Udinese, abandonou a aposentadoria para se tornar uma lenda também no Japão. Em 1991, ano em que o futebol japonês começava a se profissionalizar, Zico era Secretário de Esportes no governo de Fernando Collor, quando aceitou retornar aos gramados pelo Sumitomo Metals, posteriormente chamado de Kashima Antlers, aos 38 anos. A experiência foi tão boa que durou três temporadas. O título da J-League de 1994 escapou por pouco, com o vice-campeonato diante do Verdy Kawazaki. Na ocasião, revoltado com a arbitragem, Zico foi expulso da final ao cuspir na bola após a marcação de um pênalti para o rival. Apesar do incidente, é até hoje tratado como lenda na Ásia e voltou a trabalhar pelo Kashima como técnico e diretor técnico.
Romário – América-RJ (2009)
O herói do tetracampeonato mundial da seleção, em 1994, de passagens marcantes por Vasco, Flamengo, PSV, Barcelona, entre outros, fez sua última aparição profissional vestindo a camisa do América-RJ. O Baixinho, na verdade, abandonou a aposentadoria, anunciada em 2008 pelo Vasco, para realizar um sonho do pai, seu Edevair, torcedor americano fanático, que havia morrido um ano antes. O camisa 11 entrou no gramado do Estádio Giulite Coutinho, em 25 de novembro de 2009, no triunfo por 2 a 0 sobre o Artsul, que valeu ao América o título da Série B do Campeonato Carioca. Romário tinha 43 anos.