Pan 2015: Brasil termina participação com 141 medalhas, no limite da meta estipulada
Comitê Olímpico Brasileiro comemorou a terceira posição no quadro geral de medalhas. Para a Olimpíada do Rio, a tendência é que o “aperto” se repita
Desde que assumiu a superintendência técnica do Comitê Olímpico Brasileiro em 2009, o gaúcho Marcus Vinícius Freire, economista de formação, repete que sua gestão seria igual a de uma seguradora ou de um banco. “Nós trabalhamos com metas, e as colocamos lá em cima como em qualquer grande empresa”, disse o dirigente do COB ao apresentar a avaliação inicial da delegação brasileira durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. E foi, mesmo, na ponta do lápis que o Brasil atingiu o objetivo traçado para esta edição: ficar entre os três países mais vencedores (ficou, atrás de Estados Unidos e Canadá) e igualar o número de pódios da última edição do Pan, em Guadalajara (igualou, as mesmas 141 medalhas).
É a segunda vez que os objetivos do COB são alcançados dessa forma, em cima do laço. Em Londres, há 3 anos, a meta fixada seria igualar a participação brasileira em Pequim, em 2008, quando o Brasil ganhou 15 medalhas – sendo três delas de ouro. Nos Jogos de 2012, as mesmas três conquistas e 17 pódios no total (sendo que dois deles foram conquistados no último dia de disputas). Em Toronto, não houve margem de segurança e a tendência é que de que o “aperto” se repita nos Jogos do Rio, em agosto de 2016. “Não houve acréscimo ou decréscimo, seguimos com as mesmas modalidades as quais chegamos em Toronto”, afirmou Marcus Vinícius. Há um ano da Olimpíada, não irão brotar do chão talentos inesperados, capazes de chegar ao Rio em condições colaborar com o quadro de medalhas brasileiro.
Nos bastidores, o COB trabalha com uma lista de 18 modalidades que devem contribuir o objetivo de encerrar sua participação na Olimpíada em casa, no mínimo, na décima colocação entre as nações participantes – é inclusive sob este parâmetro que o Comitê distribui seus recursos para as respectivas federações. Para chegar a essa posição de Top 10, trabalha com a estimativa de conquistar entre 27 e 30 medalhas em casa. Nesta conta estão alguns dos destaques positivos do Time Brasil em Toronto, caso do canoísta Isaquias Queiroz, do judoca Charles Chibana e da equipe masculina de tênis de mesa, liderada no Pan do Canadá pelo jovem Hugo Calderano. Outros esportes tradicionalmente vencedores, como vôlei, vela e futebol também integram a lista de prováveis medalhistas do COB.
Mas existem pontos de atenção. O boxe, que certamente está nessa lista de modalidades que podem contribuir bastante com o objetivo do COB, só volta de Toronto com duas medalhas no bolso, um rendimento abaixo do esperado. Outro caso é o do atletismo, modalidade que mais distribui medalhas na Olimpíada e sobre a qual existe a menor expectativa de pódio para 2016: a principal e única esperança é no salto com vara, com a veterana Fabiana Murer e com o novato Thiago Braz. No caso do basquete, nem a medalha de ouro do time masculino serve de alento. Afinal, o Brasil ainda não tem vaga garantida por ser país-sede, por conta de uma dívida antiga da Confederação Brasileira de Basquete com a federação internacional do esporte.