Os classificados, os grandes em perigo e possíveis zebras da Copa no Catar
Mundial de 2022 já tem 13 seleções garantidas e pode ter novidades como Canadá e Emirados Árabes; Uruguai, Japão e campeões europeus estão ameaçados
Alemanha, Dinamarca, Brasil, França, Bélgica, Croácia, Espanha, Sérvia, Inglaterra, Suíça, Holanda e Argentina, além do anfitrião Catar, têm em comum a certeza de que estarão na Copa do Mundo de 2022. Com o encerramento da Data Fifa nesta terça-feira, 16, agora 13 seleções já carimbaram passaporte para a próxima edição do Mundial, que ocorrerá entre 21 de novembro e 18 de dezembro do próximo ano. Mas, e quem corre perigo de ficar de fora? Qual a situação de seleções tradicionais e as novidades que ainda podem pintar?
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América
Apesar de ter Brasil e Argentina classificados mesmo com um jogo a menos, devido a partida suspensa após a entrada de agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no gramado da Neo Química Arena, em 5 de setembro, a disputa nas Eliminatórias sul-americanas por mais duas vagas diretas, e uma na repescagem, promete ser acirrada no continente. Restam ainda quatro rodadas para todas as demais seleções. Ou seja, mais 12 pontos em jogo.
O Equador é o principal candidato a terceira vaga direta. A seleção ocupa a terceira colocação, com 23 pontos, com seis de vantagem para a Colômbia, quarta, com 17, mesma pontuação do Peru, o quinto.
Chile e Uruguai, com 16, também são candidatos, mas têm vagas ameaçadas desta vez. Presentes sequencialmente nos mundiais de 2010, 2014 e 2018, o caminho dos uruguaios passa por Paraguai e Venezuela, em janeiro e fevereiro, e se encerra diante de Peru e Chile, em março, dois concorrentes diretos.
Os chilenos, por sua vez, têm missão ainda mais complicada para tentarem voltar após ausência em 2018. Encaram Argentina e Brasil, além de Bolívia e Uruguai, dois concorrentes diretos. Os bolivianos, com 15 pontos, também correm por fora para fazer história com uma inédita participação em Copa do Mundo.
Na Concacaf, o Canadá começa a encaminhar um retorno após a participação na Copa de 1986. A seleção bateu o México por 2 a 1 e alcançou a liderança das Eliminatórias que envolve seleções da América do Norte e Central, com 16 pontos, a frente dos Estados Unidos, com 15, e México, 14.
Os três primeiros colocados avançam diretamente ao Mundial, enquanto o quarto colocado (atualmente, o Panamá, com 14 pontos) disputará uma repescagem intercontinental.
Ásia
Na Ásia, Irã e Coréia do Sul, com 16 e 14 pontos no grupo A das Eliminatórias, respectivamente, praticamente já asseguraram classificação direta. A confirmação matemática deve ocorrer na próxima Data Fifa, prevista para janeiro, quando as seleções terão duas rodadas. Não há uma ameaça real para os dois países.
Os Emirados Árabes ocupam a terceira colocação da chave, com seis pontos, e alcançaria hoje uma vaga para a repescagem sonhando voltar a uma Copa após a participação em 1990, na Itália. Outras seleções como Líbano, com cinco, Iraque, com quatro, e até mesmo a Síria, com dois, ainda têm condições de brigar pela disputa na repescagem.
No grupo B, a Arábia Saudita deve confirmar a vaga direta. A seleção lidera, com 16 pontos. A principal disputa se dá entre Japão e Austrália pela segunda vaga direta. Os japoneses têm 12 pontos, enquanto os australianos 11. Eles farão um confronto direto, na Austrália, em 23 de março, pela penúltima rodada da competição. Restam quatro rodadas para serem disputadas.
Outras seleções como Omã, com sete pontos, e China, com cinco, têm remotas chances de atrapalharem os rumos da chave. O enfrentamento hoje da repescagem (terceiro colocado do Grupo A x terceiro colocado do Grupo B) seria entre Emirados Árabes e Austrália.
Europa
Os alemães foram os primeiros classificados. A confirmação veio há pouco mais de um mês, em 11 de outubro, na vitória por 4 a 0 sobre a Macedônia do Norte. A equipe sobrou no grupo J da competição. Somou 27 pontos de 30 possíveis, marcou 36 gols e sofreu apenas quatro.
Entre os classificados diretos, a principal novidade foi a confirmação do retorno da Holanda aos mundiais. A seleção treinada pelo experiente técnico Louis van Gaal assegurou vaga com a vitória por 2 a 0 sobre a Noruega, no Feynoord Stadium, em Roterdã, mas tinha vaga ameaçada por noruegueses e pela Turquia, que venceu por 2 a 1 Montenegro, fora de casa, e disputará a repescagem.
A repescagem europeia terá grandes potências como Portugal e Itália, os últimos campeões europeus, além de seleções tradicionais como Escócia, Rússia, Suécia, País de Gales, Turquia, Polônia, Macedônia do Norte, Ucrânia, Áustria e República Checa. Destes, somente quatro deles estiveram na última Copa – Rússia, a anfitriã, Portugal, Polônia e Suécia.
A competição é realizada em formato diferente do restante dos continentes e com um novo e mais complicado sistema de playoff, que será realizado em março do ano que vem.
Dividia por sorteio, serão três grupos de quatro equipes, com semifinais e finais em jogos únicos. Ou seja, para estar na Copa do Catar, os participantes terão de vencer os dois jogos que disputarem.
Por terem feito campanhas melhores, Portugal, Escócia, Itália, Rússia, Suécia e País de Gales são cabeças-de-chave (portanto, não podem se enfrentar no primeiro jogo) e farão a sua semifinal em casa, enquanto Turquia, Polônia, Macedônia do Norte, Ucrânia, Áustria e República Checa serão visitantes.
África
Argélia, Tunísia, Nigéria, Camarões, Mali, Egito, Gana, Senegal, Marrocos e RD Congo passaram à fase decisiva (chamada de terceira fase) das Eliminatórias africanas. A decisão dos cinco classificados para o Catar sai dos confrontos diretos, de ida e volta, entre estas seleções, definidos em sorteio.
O enredo final pode ter novidades como Mali e RD Congo. Na edição de 2018, na Rússia, se classificaram: Egito, Marrocos, Nigéria, Tunísia e Senegal.
O processo de classificação no torneio é complexo. Inicia com a disputa da primeira fase – uma espécie de fase preliminar -, com a presença de 28 seleções que se enfrentam em formato mata-mata para que 14 possam avançar para a segunda fase, de grupos.
A segunda fase contempla 40 seleções que são divididas em dez grupos com quatro cada. Passam à última fase somente as melhores colocadas de cada chave. Seleções tradicionais no continente como Costa do Marfim e África do Sul ficaram de fora.
Oceania
No menor continente, nenhuma partida ainda foi disputada e não há data prevista para jogos pelas Eliminatórias locais. A intenção era que iniciassem em setembro de 2020, mas acabaram adiadas em função da pandemia do novo coronavírus. Posteriormente, começariam em junho de 2021, mas o plano foi novamente abortado por incompatibilidade de calendário, além de restrições para o cruzamento de fronteiras.
A Nova Zelândia registra um número crescente de casos e, por isso, as Eliminatórias podem ser disputadas a partir de março. A medida deve envolver modificações no formato do torneio e precisaria da anuência da Fifa, de clubes e a liberação dos jogadores por um período maior.
No atual formato, 11 seleções são divididas em dois grupos e se enfrentam em formato de liga. As duas melhores colocadas avançam para se semifinais e o campeão fica credenciado para a repescagem contra o quinto colocado das Eliminatórias da América do Sul. Participam: Nova Zelândia, Ilhas Salomão, Nova Caledônia, Taiti, Ilhas Fiji, Vanuatu, Papua-Nova Guiné, Samoa, Samoa Americana, Tonga e Ilhas Cook.