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Operários fizeram churrasco para festejar fim da cobertura

Comemoração aconteceu no sábado, antes da instalação da parte que desabou

O guindaste que desabou na quarta-feira, matando dois operários no canteiro de obras do Itaquerão, estava sendo usado para instalar a 38ª e última treliça de suporte à cobertura do futuro estádio do Corinthians. Os funcionários envolvidos no projeto já tinham feito até um churrasco para comemorar o fim dessa fase das obras, que deixaria o Itaquerão muito perto da conclusão. Marcada com antecedência, a celebração aconteceu no último sábado porque a 38ª treliça, que fica localizada na parte norte da arena de Itaquera, tinha instalação prevista para a semana passada. O problema foi que as fortes chuvas acabaram deixando o trabalho para depois. Ainda assim, o churrasco não foi cancelado por causa disso, já que os operários tinham a sensação de dever cumprido pela montagem de quase toda a estrutura que cobrirá o estádio.

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Festejada pelos trabalhadores no fim de semana, a conclusão da cobertura ficou mais distante, já que parte da cobertura da área leste, onde caiu o guindaste, foi comprometida e terá de ser refeita. O término das obras, antes previsto para o fim de dezembro, certamente será atrasado. A construção fechou outubro 94% concluída. A expectativa da Odebrecht, com as 38 treliças instaladas, era anunciar a marca de 97% ao fim de novembro. Assim, em mais um mês, seriam feitos os retoques finais do estádio que vai abrir a Copa do Mundo do próximo ano. Embora não falem oficialmente sobre prazos, dirigentes do Corinthians e engenheiros da obra apostam em um acréscimo de pelo menos dois meses no cronograma. De acordo com Comitê Organizador Local do Mundial, o estádio não corre o risco de ficar fora da competição.

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Luto – O corpo do operário Ronaldo Oliveira Santos, morto no acidente de quarta, foi transportado para Fortaleza na madrugada desta quinta. Santos, que dormia no local quando o guindaste caiu, tinha 44 anos, era casado e era pai de uma menina. “Ele estava na hora de descanso, em um túnel, e ninguém o viu. Ele mesmo sabia que não deveria estar lá. Ele estava cochilando, não deu tempo de sair”, disse Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, depois do acidente. Fábio Luiz Pereira, paranaense de 42 anos, foi a outra vítima do acidente. Segundo um colega, Pereira era corintiano fanático, estava havia dois anos na cidade, era casado e tinha três filhas. As obras serão retomadas na segunda, depois dos três dias de luto anunciados pelo Corinthians e pela Odebrecht (não há trabalho aos domingos). No canteiro, com acesso restrito, o clima entre os funcionários era de choque e indignação com a perda dos colegas.

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(Com agência Gazeta Press)

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