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Olimpíada de Inverno: vitória do esporte sobre a geopolítica?

Mesmo sem grandes momentos, cerimônia que abriu os Jogos de PyeongChang será lembrada pelo desfile das Coreias do Sul e do Norte unidas

Não houve momentos arrebatadores como os que ocorreram há quase dois anos no Maracanã, na abertura da Olimpíada Rio-2016, mas a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, deixa uma importante mensagem, com o registro ao final da cerimônia desta sexta-feira: o esporte pode ser a melhor arma contra os conflitos políticos.

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Foi uma cerimônia menor que a do Rio (92 países desfilaram no Estádio Olímpico, contra os 206 do Rio) e a temperatura ambiente de -3°C – com sensação térmica bem abaixo disso – gravou a imagem das duas delegações das Coreias do Norte e do Sul desfilando juntas, fechando a parada das nações. Foi o ponto alto da festa, especialmente pelo simbolismo. Foi a 10ª vez que representantes dos dois países desfilaram lado a lado em um evento esportivo, deixando para trás toda a rivalidade política entre as nações. A última vez que isso ocorreu foi em uma Olimpíada de Inverno, na edição de Turim-2006.

O acordo para que a Coreia do Norte participasse da Olimpíada de PyeongChang foi fechado há cerca de um mês. Além do desfile em conjunto, o público ainda pôde vibrar quando duas atletas, uma de cada país, levaram juntas a tocha olímpica até as mãos da patinadora artística sul-coreana Kim Yuna, que tem uma medalha de ouro e outra de prata em Olimpíadas, acender a pira.

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Mas a cerimônia de PyeongChang também teve momentos de coreografia e novidades: ao usarem mais de 1.200 drones iluminados, representando as pombas da paz, para formar os anéis olímpicos sobre o Estádio Olímpico, os organizadores conseguiram que a cerimônia entrasse para o Guiness Book, o livro dos recordes, pela dificuldade com que a operação foi realizada.

E, para a alegria de quem curte memes, o “besuntado de Tonga” voltou a aparecer. Como na Rio-2016, Pita Taufatofua desfilou sem camisa, com óleo no corpo e um traje tradicional de seu país.  A diferença desta vez foi desafiar um frio de -3°C, sensação de -10°C. Ele irá competir na prova do esqui cross-country.

Brasil em clima de Carnaval

Sob muitos aplausos, a delegação do Brasil foi a 33ª a desfilar na cerimônia desta sexta-feira, seguindo a ordem do alfabeto coreano, logo após a Bulgária e antes da República de San Marino. Com nove atletas, a delegação brasileira é a terceira maior das Américas (atrás apenas de Estados Unidos e Canadá). Entre os 92 países participantes, o Brasil está à frente de 54 em número de atletas qualificados para os Jogos.

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O porta-bandeira do Brasil, Edson Bindilatti, do bobsled, admitiu que a emoção foi muito grande. “A ficha ainda não caiu. Muita gente no estádio, mais milhões de pessoas me assistindo ter a honra de levar a bandeira do Brasil e fazer a alegria do povo brasileiro. Foi muito legal. Estou sem palavras”, afirmou o atleta baiano, de 38 anos.

 

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