A Polícia Civil de São Paulo indiciou na noite desta terça-feira nove pessoas pelo acidente que matou dois operários no Itaquerão em novembro do ano passado. Entre os acusados, sete são funcionários da Odebrecht, entre encarregados e engenheiros civis da construtora do estádio, e dois são funcionários da empresa Locar, responsável pela operação do guindaste que tombou no acidente. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público de São Paulo para apreciação e apresentação ou não de uma denúncia. Se condenados, os funcionários estão sujeitos a uma pena que varia de um a três anos de prisão.
Causa – De acordo Luiz Antonio da Cruz, delegado responsável pela investigação e titular do 65.º distrito policial, localizado no bairro de Arthur Alvim, a causa principal do acidente foi a falta de componentes suficientes para sustentar a primeira camada do solo, próxima ao asfalto. “O conjunto das provas do inquérito e o trabalho do Instituto de Criminalística apontam a depressão do solo como causa principal”, afirmou Luiz Antonio da Cruz.
No dia 27 de novembro do ano passado, o guindaste tombou no momento em que a última peça da cobertura da arquibancada estava sendo instalada. A queda da estrutura de 420 toneladas causou a morte do motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e do montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43. No mês passado, um laudo do Instituto de Criminalística concluiu que o solo onde o guindaste estava sofreu um afundamento. Segundo o documento, o equipamento não tinha problemas mecânicos e tampouco houve erro do operador.