Neymar x Vinicius Júnior: o duelo dos astros de PSG e Real na Champions
Craque do time francês encara desconfiança, lesão recente e números piores do que o atacante madridista. Quem dos brasileiros leva a melhor?
Paris Saint-Germain e Real Madrid se enfrentam nesta terça-feira, 15, às 17h (de Brasília) pelas oitavas de final de Liga dos Campeões, no Parque dos Príncipes. Por trás desse jogo, além do encontro entre duas das equipes mais badaladas do planeta, causa impacto o duelo entre os brasileiros Neymar, craque do time francês, e Vinicius Júnior, astro dos espanhóis, atletas que figuram entre os mais valiosos do mundo.
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As gerações são diferentes: quando Neymar explodiu, entre 2010 e 2011, Vinicius – nascido em 2000 – não tinha sequer idade para assinar um contrato profissional. Assim, com o mais velho entre eles se consolidando e brilhando no futebol europeu, qualquer atleta brasileiro que surgiu depois esteve sujeito a ser comparado à joia revelada pelo Santos. Com o atual atacante do Real Madrid não foi diferente.
Antes mesmo de ser promovido ao time principal do Flamengo, durante a campanha da Copinha de 2017, Vinicius virou assunto nos jornais espanhóis. Colocado como maior promessa brasileira nos últimos anos, foi relacionado a Neymar, que à época atuava no Barcelona e era cotado como futuro melhor do mundo e sucessor de Messi, ídolo do time catalão. Poucos meses depois, em maio, após dois jogos como profissional, o habilidoso ponta-esquerda foi comprado pelo Real Madrid por 45 milhões de euros (164 milhões de reais na ocasião).
O início na Europa
Já negociada com o Real Madrid, a revelação rubro-negra precisou ficar por mais um ano no futebol brasileiro, até completar 18 anos. Enquanto isso, o ex-Santos já era realidade no continente europeu e havia sido comprado pelo Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros, a contratação mais cara da história.
Em 2018, o jovem destaque brasileiro se mudou para a Espanha, local em que brilha hoje, mas também sofreu no início. Antes da glória, uma curta passagem pelo time B (ou Real Madrid Castilla) e duas temporadas amargas na equipe principal, com especulações de empréstimo constantes, além das críticas duras – e por vezes desleais – de torcedores e jornalistas. Neste ponto, os caminhos de Vinicius e Neymar se desencontraram.
Quando chegou ao Barcelona, no ano de 2013, Neymar já tinha 21 anos e brilhado no Brasil. Na capital catalã demorou menos de uma temporada para se entrosar com o novo elenco. E no segundo ano de Europa, já titular absoluto ao lado de Lionel Messi e Luis Suárez, conquistou a Liga dos Campeões, com gol na final sobre a Juventus de Andrea Pirlo e Gianluigi Buffon.
A consolidação e a melhor temporada
O craque que atualmente defende o PSG pouco demorou para se consolidar, ao contrário de Vinicius. Já na terceira temporada no Velho Continente, a joia formado no Santos brilhou, com ótimos números e um alto nível de atuação. Em 2015/16, com 24 anos e mais responsabilidade em suas costas, Neymar conseguiu entregar dentro de campo. O que coroou a campanha gloriosa foi a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, disputada no Rio de Janeiro, que marcou o fim do tabu brasileiro no torneio olímpico.
Entre agosto de 2015 e agosto de 2016, com a camisa 11 do Barça e a 10 da seleção brasileira, jogou 59 vezes por Campeonato Espanhol, Copa do Rei, Liga dos Campeões, Mundial de Clubes, amistosos internacionais, Eliminatórias da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Em excelente fase, marcou 37 gols (média de 0.62 por jogo), deu 23 assistências (média de 0.38 por jogo) e realizou 142 passes para finalização (média de 2.40 por jogo), de acordo com os dados do site SofaScore. A temporada terminou em quatro títulos.
Vinicius, no entanto, que foi mais novo para o exterior, demorou dois anos para se firmar e vive atualmente – em sua quarta temporada na Europa – a melhor fase da carreira. Nos campeonatos datados para 2021/22, o ponta-esquerda se juntou a Karim Benzema e protagoniza uma das mais efetivas e entrosadas duplas do futebol mundial.
Até então, aos 21 anos, já fez 38 partidas, 15 gols (0.39 por jogo), oito assistências (0.21 por jogo) e 72 passes para finalização (1.89 por jogo). Estatísticas que condicionam o atleta à briga pelo título de melhor jogador da temporada.
Hoje não há discussão
Enquanto Vinicius ascendeu como um foguete, Neymar entrou em uma fase instável da carreira, a partir do momento em que trocou o Barcelona pelo PSG, virou assunto frequente em polêmicas extracampo e sofreu com problemas físicos. Desde que chegou à França, não completou 40 jogos pelo clube em uma temporada, viveu atritos com a torcida e ainda não conquistou o principal objetivo de quando foi contratado: vencer a Champions League. Já Vini, menos exposto aos barulhos das redes sociais, teve mais notícias boas dentro das quatro linhas.
Em excelente nível, a temporada 2021/22 de Vinicius Júnior está em um patamar superior. Até este momento, Neymar entrou em campo apenas 19 vezes somando Paris Saint-Germain e Brasil e marcou cinco gols (média de 0.26 por jogo). Adaptado a um novo estilo de jogo, mais armador, o camisa 10 do bilionário time francês anotou sete assistências (0.36 por jogo) e 49 passes para finalização (2.57 por jogo).
Em uma análise fria de dados, Neymar não faz uma temporada muito abaixo. Porém, o pequeno número de jogos, uma lesão que o deixou afastado dos gramados por dois meses e o rendimento em situações do jogo colocam Vinicius um nível acima em diversos aspectos. Entre eles, valor de mercado, admiração da opinião pública e futebol apresentado.
A ver como cada um se sairá no confronto entre PSG e Real Madrid pela Liga dos Campeões, que dependem de boas atuações para eliminar um forte adversário e seguir sonhando com o título da mais forte competição de clubes do mundo.