Nathalie Moellhausen fatura primeiro título mundial da esgrima do Brasil
Atleta nascida na Itália, filha de mãe brasileira, se emocionou ao faturar a medalha de ouro em Budapeste e agora tentará repetir o feito no Pan de Lima
O Brasil conquistou nesta quinta-feira, 18, em Budapeste, na Hungria, sua primeira medalha de ouro da história da esgrima com Nathalie Moellhausen, atleta ítalo-brasileira de 33 anos. Ela conquistou o título da categoria Espada Feminina ao vencer a chinesa Sheng Lin, por 13 /12, no Golden Score, e se emocionou no momento do hino nacional.
Nathalie, que subiu do 22ª para o quarto lugar do ranking mundial teve um caminho difícil até o ouro. Na semifinal, passou pela nova líder do ranking, Vivian Kong, de Hong Kong. Nas quartas de finais, venceu Lis Rottler, de Luxemburgo (35ª), com a ajuda do VAR, que corretamente anulou um ponto dado à adversária. Antes, havia superado a polonesa Renata Knapik-Miazga (44º) e a chinesa Mingye Zhu (11ª).
Nascida em Milão, na Itália, filha de pai alemão e mãe brasileira, Nathalie Moellhausen já competiu profissionalmente pela seleção italiana, com bons resultados: medalha de ouro por equipes no Mundial da Turquia, em 2009, e de bronze nos Mundiais da França, em 2010, no individual, e na Itália, em 2011, por equipes.
Depois das Olimpíadas de Londres-2012, a atleta, que fala muito bem português apesar de ter morado sempre na Europa, passou a competir pela nação da mãe e se tornou uma das esperanças de medalha do país. Seu próximo desafio serão os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, onde defenderá as medalhas de bronze obtidas tanto no individual quanto por equipes para o Brasil, em 2015, nos Jogos de Toronto.
‘Gringos’ do Brasil
Nathalie Moellhausen não é a primeira atleta nascida fora do Brasil a representar o país. Recentemente, o cubano Yoandy Leal, ídolo do vôlei do Cruzeiro, concluiu sua naturalização e disputou suas primeiras partidas pela seleção brasileira.
Outros casos chamaram atenção, como o de Isadora Williams, patinadora nascida nos Estados Unidos, a primeira patinadora a representar o país em uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014, e a primeira a qualificá-lo à final olímpica nos Jogos de PyeongChang, em 2018.
O pólo aquático é a modalidade com mais representantes com dupla nacionalidade, com atletas nascidos em Cuba, Croácia, Espanha, França, Itália e Sérvia.
Confira, abaixo, alguns dos atletas que atualmente defendem o Brasil:
Nathalie Moellhausen (Itália) – esgrima
Katherine Miller (EUA) – esgrima
Yoandy Leal (Cuba) – vôlei
Isadora Williams (EUA) – patinação artística
Amanda Oliveira (França) – polo aquático
Adriá Delgado (Espanha) – polo aquático
Adam Imer (Austrália) – hóquei sobre grama
Chris McPherson (Inglaterra) – hóquei sobre grama
Eduard Soghomonyan (Armênia) – luta greco-romana
Ives Alonso (Cuba) – polo aquático
Josip Vrlic (Croácia) – polo aquático
Juliano Fiori (Inglaterra) – rúgbi
Laurent Couhet (França) – rúgbi
Lin Gui (China) – tênis de mesa
Patrick Van Der Heijden (Holanda) – hóquei sobre grama
Paulo Salemi (Itália) – polo aquático
Slobodan Soro (Sérvia) – polo aquático
Tess Oliveira (França) – polo aquático
Xavi Vela (Espanha) – Remo
Yuri Van Der Heijden (Holanda) – hóquei sobre grama
Ernst Onnes (Holanda) – hóquei sobre grama