Morre Andrews Jennings, repórter que denunciou corrupção na Fifa e na CBF
Nascido em 1943, na Escócia, profissional ganhou notoriedade por grandes investigações no meio do futebol; causa da morte não foi revelada
Morreu no último sábado, 8, o jornalista investigativo britânico Andrew Jennings, autor de diversos livros sobre a corrupção na Fifa e em outras organizações esportivas. A morte foi anunciada em suas redes sociais. A causa não foi detalhada.
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Jennings nasceu na Escócia, em 1943, mas mudou-se ainda criança para Londres, na Inglaterra. Antes de ganhar notoriedade por informações envolvendo a entidade máxima do futebol, ele trabalhou no Sunday Times e investigou sobre o doping na equipe olímpica de natação britânica, em 1997.
No Brasil, sua apuração foi fundamental para a denúncia de um esquema de corrupção. Ele entregou documentos ao FBI que desencadearam em uma série de prisões de dirigentes. Foi, também, um dos mais combativos a gestão do antigo presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, que permaneceu no cargo por cinco mandatos, entre junho de 1998 e dezembro de 2015.
Uma das obras mais conhecidas de Jennings é “Um Jogo Cada Vez Mais Sujo”, que conta com detalhes sobre a farsa dos ingressos da Copa do Mundo.
Em entrevistas, o jornalista chegou a contar que teve seu telefone grampeado por pessoas ligadas ao Comitê Olímpico Internacional (COI).
This Saturday, the world lost a journalistic pioneer. His work was crucial for uncovering the culture of corruption in world sport: Andrew Jennings set new and higher standards for journalistic coverage of sports politics. Read @JensSejerA's obituary👉https://t.co/pvmpxiRMno pic.twitter.com/T4BI69dbGq
— Play the Game (@playthegame_org) January 10, 2022
Entre as suas denúncias, uma delas envolveu João Havelange, antigo presidente da Fifa. Segundo ele, o filho do fundador e ex-diretor da Adidas, Horst Dassler, comprou votos de dirigentes indecisos na primeira eleição do brasileiro. Dois anos depois, Havelange teria entregado uma compensação ao mesmo privilegiando a empresa alemã em acordos comerciais nos principais torneios.
Antes da Copa de 2014, ele disse: “chegou a hora de o governo dizer para a Fifa: ‘vocês fedem’. Um ano depois, na CPI do Futebol, sugeriu que houvesse uma completa mudança estatutária a fim de evitar novos escândalos na CBF e na Fifa.