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MLS: nova era do futebol nos EUA tem estrelas mundiais

Major League Soccer investe em jogadores de renome para popularizar ainda mais o esporte no país e se tornar uma das principais ligas do mundo

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A Major League Soccer, principal liga de futebol dos Estados Unidos, será o próximo destino de Kaká e outros grandes craques brasileiros e estrangeiros em um futuro próximo. O New York Red Bulls, clube que já conta conta com dois atletas consagrados, o francês Thierry Henry e o australiano Tim Cahill, negocia também a contratação de Ronaldinho Gaúcho, ex-jogador do Atlético-MG. Robinho também foi cobiçado pelo Orlando City, mesmo time de Kaká, mas foi descartado. A temporada de 2015 do futebol nos EUA terá ainda os reforços de peso do inglês Frank Lampard e do espanhol David Villa. E a tendência é que, ano após ano, cresça o número de grandes jogadores na liga americana. Apesar de jovem – foi criada em 1996 – a MLS já é um campeonato popular e rentável e tem planos ambiciosos. Com o impressionante crescimento do soccer no país, confirmado durante a campanha da seleção americana na Copa do Mundo no Brasil, a expectativa dos donos dos clubes americanos não é apenas contratar atletas em fim de carreira e lotar estádios, mas competir com as grandes ligas europeias. E, claro, faturar muitos milhões de dólares.

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Major League Soccer (MLS)

Fundação:

1996

Maiores campeões:

DC United: 4 títulos (1996, 1997, 1999, 2004)

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Los Angeles Galaxy: 4 títulos (2002, 2005, 2011, 2012)

Atual campeão:

Sporting Kansas City

Equipes (em 2014): 19 (16 americanas e 3 canadenses)

Jogadores: 543 no total, sendo 313 americanos, 22 canandenses e 208 estrangeiros. Brasil e Argentina têm 18 atletas inscritos, cada um. Há ainda 17 ingleses, 17 jamaicanos, 8 mexicanos e diversos atletas de outras nacionalidades.

Média de público: 18.608 torcedores (em 2013)

Clube mais popular: Seattle Sounders, que teve 44.030 espectadores de média por partida

Em 2015, dois novos clubes farão parte da Liga: o Orlando City e o New York City. O primeiro, de propriedade do brasileiro Flávio Augusto da Silva, terá Kaká como seu líder dentro e fora de campo e pretende conquistar fãs em todo o planeta, especialmente no Brasil. O time de Nova York, resultado de uma parceria com o clube inglês Manchester City, comprou Villa e Lampard, e tentará rivalizar com o vizinho Red Bulls, de Henry e, talvez, Ronaldinho. Até 2022, o campeonato deverá ter 24 times e a expectativa é que o Miami, clube comprado por David Beckham, seja o próximo a conquistar uma vaga.

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Atualmente, a Major League Soccer é formada por 19 equipes, divididas em duas conferências, em formato semelhante ao da NBA. Após os playoffs, a grande final é realizada em dezembro, entre os campeões da costa leste e oeste, em jogo único (como no Super Bowl, a final do futebol americano e evento mais aguardado dos EUA). A média de público do último campeonato foi de 18.608 torcedores por jogo, quase 4.000 a mais que a média do Brasileirão. Desde 2007, a MLS passou a receber também equipes canadenses. O primeiro foi o Toronto FC, clube pelo qual o goleiro brasileiro Júlio César atuou antes da Copa do Mundo deste ano. Posteriormente, o Vancouver Whitecaps e o Montreal Impact também foram aceitos na liga do país vizinho.

Júlio César jogou apenas três meses pelo Toronto, para manter ritmo de jogo antes do Mundial. A presença de brasileiros na MLS é grande – foram 18 inscritos na atual temporada – e deve aumentar ainda mais. Proprietário do Orlando City, o carioca Flávio Augusto da Silva revelou que esteve perto de contratar Robinho, mas encerrou a negociação porque o atacante demorou para fechar a negociação. Silva deve investir ainda mais em compatriotas e não apenas em veteranos. “Buscamos também jogadores jovens, de 18, 19 anos, que jogaram nas categorias de base da seleção mas ainda não tiveram espaço de ser titulares em seus clubes. Em breve vamos anunciar jogadores brasileiros com esse perfil.”

De Pelé a Kaká – O ex-jogador inglês David Beckham foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento recente do futebol no país. Em 2007, ele trocou o Real Madrid pelo Los Angeles Galaxy e, além de expandir ainda mais seu status de popstar mundial, conquistou dois títulos, em 2011 e 2012. A presença do craque galã atraiu patrocinadores e fãs, e também serviu para tirar a impressão de que a MLS é um campeonato voltado apenas a jogadores e torcedores latinos, como nos tempos de Valderrama e Etcheverry, no fim da década de 1990.

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A intenção dos clubes americanos é conquistar não apenas os imigrantes e seus descendentes, mas os americanos. Também por isso, as principais referências da seleção local nas últimas Copas, Clint Dempsey e Landon Donovan, desistiram de aventuras no futebol europeu para assinar contratos milionários com a MLS. As regras da liga estabelecem um teto salarial para folha de pagamento dos atletas, de quase 4 milhões de dólares anuais em 2015, segundo o dono do Orlando. Mas cada equipe pode ter até três “jogadores designados”, que podem ter salários bem acima deste valor, como é o caso de Kaká, Lampard, Villa, Henry (salário anual de pouco mais de 4 milhões de dólares em 2014), Tim Cahil (acima dos 3,5 milhões) e Dempsey (mais de 6.5 milhões de dólares com bonificações), entre outros.

O grande desafio da MLS será realizar uma mudança duradoura, ao contrário do que ocorreu na década de 1970, quando mitos como Pelé, Franz Beckenbauer, Carlos Alberto Torres e Johan Cruyff deram o pontapé inicial para a popularização do esporte no país, mas dentro de uma estrutura e administração frágeis. Desta vez, dinheiro, organização, foco e interesse popular devem empurrar os Estados Unidos para o mapa do futebol mundial com destaque.

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