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Maioria dos jogadores é contra Copa a cada dois anos, diz pesquisa

FIFPro entrevistou mais de 1000 atletas profissionais de 70 países diferentes e mostrou que opinião da grande maioria é contrária à do presidente da Fifa

Foi divulgada nesta terça-feira, 15, uma pesquisa feita em novembro de 2021 com mais de 1000 jogadores de 70 países diferentes, realizada pelo sindicato mundial dos jogadores profissionais (FIFPro), junto às federações de cada um dos países. O estudo, que tem como temas carga de trabalho e formatos de competições, mostra que 74% dos atletas se mostraram a favor da realização da Copa do Mundo de quatro em quatro anos, como já acontece atualmente.

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Aproximadamente 81% dos jogadores perguntados classificaram o Mundial e os campeonatos nacionais como seus torneios prediletos. Jonas Baer-Hoffmann, secretário-geral da FIFPro, após ter acesso aos resultados, afirmou que é preciso fortalecer as ligas domésticas para, assim, gerar mais estabilidade ao jogo.

“A pesquisa mostra que a maioria dos jogadores ao redor do mundo tem clara preferência pela Copa do Mundo a cada quatro anos. Ao mesmo tempo, os resultados comprovam a importância das ligas domésticas para eles. Elas são as pedras fundamentais do jogo, e temos que fazer mais para fortalecê-las, para o bem dos jogadores e a estabilidade do futebol profissional”, afirmou ele.

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A proposta da Fifa para que o Mundial seja realizado a cada dois anos serviu de pontapé inicial para que os dados fossem levantados. O presidente da entidade, Gianni Infantino, é o principal rosto por trás da mudança. “Nós estamos consultando jogadores e clubes de todo o mundo, assim como as 211 federações membros da Fifa, porque eles têm um direito igual de serem ouvidos. Isso é sobre democracia”, disse o dirigente recentemente, em entrevista ao site da entidade.

O presidente da Uefa, o esloveno Aleksander Ceferin, se posicionou contrário à proposta da Fifa em uma assembleia da Associação Europeia de Clubes. “O valor desses torneios está em jogá-los a cada quatro anos. Fazê-lo a cada dois iria prejudicá-los”, disse o dirigente, que ainda mencionou que “o calendário de jogos internacionais não precisa disso”.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, durante coletiva de imprensa na sede da entidade, em Zurique, na Suíça - 10/01/2017
Gianni Infantino, durante coletiva na sede da Fifa, em Zurique –

A Conmebol também se mostrou contrária a possibilidade: “Uma Copa do Mundo a cada dois anos suporia uma sobrecarga praticamente impossível de gerir no calendário internacional de competições”.

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Recentemente, em entrevista ao jornal francês L’Équipe, o ex-técnico do Arsenal e atual chefe de desenvolvimento global da Fifa, Arsène Wenger, defendeu publicamente a reforma e disse que as mudanças devem ocorrer após 2024, ajudando a diminuir o número de convocações dos jogadores, já que afetariam diretamente as Eliminatórias, desafogando o calendário.

Para a proposta de encurtamento entre cada edição de Copa, a Fifa busca apoio em bloco para avançar na aprovação. Segundo o UOL, a CAF, confederação africana, já sinalizou que pode apoiar a decisão, influenciando diretamente na aceitação de todos os seus filiados.

Confira abaixo outros resultados que chamam atenção:

  • 77% dos jogadores da Europa e da Ásia preferem a Copa do Mundo a cada quatro anos.
  • 63% dos jogadores das Américas são a favor do Mundial a cada quatro anos.
  • 49% dos jogadores da África preferem a Copa a cada quatro anos, e o restante fica dividido entre dois ou três anos de ciclo.
  • 21% dos jogadores acreditam que sua voz é respeitada e que o seu bem-estar é considerado na governança do futebol internacional.

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