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Igual mas diferente: Marcas usam mesmas fábricas na produção de camisas

Por trás da guerra das marcas estão os mesmos fabricantes, os mesmos materiais e contratos nem sempre lucrativos. Quer saber como isso funciona? PLACAR explica

Torcedor discute, escolhe marca favorita. Mas a realidade é que marcas de materiais esportivos fabricam seus uniformes e chuteiras nos mesmos lugares, com os mesmos materiais e os vendem pelos mesmos preços.

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A matéria-prima, a fibra, é a mesma. Há diferenças na textura, na gramatura, no tingimento, na aplicação de insumos (escudos, por exemplo) e em algumas tecnologias — que em geral são usadas somente nas camisas de jogo dos atletas. Cada marca escolhe suas fábricas, que precisam ser homologadas e vistoriadas no mínimo uma vez por ano.

Primeiro a marca desenvolve seu produto, com suas cores, detalhes e tecnologias. Depois abre um pedido de produção para as fábricas, que enviam os materiais para estoques e pontos de venda.

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O relacionamento com os clubes geralmente é feito pelas marcas, mas há casos em que a fábrica apita mais do que a própria fornecedora. Por quase uma década o Grêmio vestiu Puma (2005 a 2010) e Topper (2011 a 2014), enquanto teve contrato com a Filon, que mudou de marca no meio do caminho, mas manteve idêntica a operação. É uma relação

tripartite, assim como a da Nike com o Santos e o Coritiba, nos quais o contrato envolve a Netshoes, responsável por fabricar e distribuir os materiais esportivos. A Nike entra com o swoosh (aquele check que é o símbolo da marca) estampado na camisa e com o dinheiro para pagar patrocínios e royalties aos clubes.

Dinheiro, aliás, é uma raridade. Só os ditos grandes recebem alguma verba e têm em seus contratos mínimos garantidos para royalties. Nos médios e pequenos, há apenas repasse de materiais e royalties. Nos microclubes,

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nem isso. O Sport Clube Gaúcho, que joga de Adidas, tem apenas acordo com a representante da marca alemã em Passo Fundo (RS). “Não nos pagam nada. Nós é que compramos”, diz Gilmar Rosso, presidente do clube.

Marca Alemã, marca asiática

De todos os materiais esportivos vendidos pela Adidas em 2014, 93% vieram da Ásia

Só a China representa 31% do total importado, seguida pelo Camboja (16%) e pelo Vietnã (13%). A Adidas do Brasil também traz de lá parte dos materiais esportivos que vende para flamenguistas, palmeirenses e tricolores cariocas.

Cavalo de troia

Por que, para as grandes marcas, vale a pena patrocinar os nanicos

Clubes considerados médios ou pequenos são os chamados “Cavalos de Troia” das grandes marcas. O esquema funciona assim: a Puma quer vender materiais esportivos na região Norte e precisa convencer redes varejistas a comprá-los e revendê-los. Por isso patrocina o Paysandu. Se a Yamada, uma das maiores varejistas da região, quiser vender uniformes do Papão, vai precisar colocar à venda chuteiras, camisas e outros produtos da marca nas estantes. E o clube ganha um fornecedor por uma razão de varejo esportivo.

FÁBRICAS

Grupo Dass: Under Armour, Nike, Adidas e Umbro

Tenco Têxtil: Under Armour, Adidas e Puma

Drastrosa: Nike e Puma

Filon: Puma, Kappa e Penalty

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Unibol: Kappa

Fábrica Própria: Kappa, Penalty, Kanxa, Super Bolla e outras

MARCAS

Under Armour: São Paulo

ESTREIA

A Under Armour estreou operação no Brasil somente em março de 2014 e aposta no São Paulo para ganhar mercado no país. Amarca é forte em futebol americano, lutas e esportes radicais e tem 90% de sua receita originada nos Estados Unidos.

Nike: Corinthians, Santos, Internacional e Cruzeiro

Adidas: Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Sport, Botafogo-SP, Ponte Preta e Grêmio Catanduvense

Puma: Atlético-MG, Vitória, Paysandu e Botafogo

SÓ NO BOTA

Dos quatro clubes patrocinados pela Puma no Brasil, somente no Botafogo ela é “soberana” — há contrato entre clube e marca, que faz toda a gestão da parceria e terceiriza a fabricação dos materiais esportivos com as fábricas. Nos outros três, os contratos dos clubes são com a Filon, que por sua vez firma uma parceria com a Puma para que ela seja a marca estampada no uniforme. Isso pode acontecer com Atlético-MG, Paysandu e Vitória.

Kappa: Goiás, Brasil de Pelotas, América-RN, Fortaleza e Criciúma

KAPPA? SPR!

A matriz da Kappa licencia a gestão da marca de acordo com o país. No Brasil, a responsável desde 2013 é a SPR, que fabrica, distribui e faz a operação e os contratos com clubes, atletas e parceiros comerciais, mas precisa aprovar os produtos com a matriz na Itália.

Penalty: Cruzeiro, Ceará, Bahia e Santa Cruz

Umbro: Vasco, Grêmio, Atlético-PR, Chapecoense, Náutico, Portuguesa Santista e Remo

Kanxa, Super Bolla e outras:

SEM GRANA

Entregam materiais esportivos para os patrocinados, mas não pagam valor em dinheiro a título de patrocínio, como as maiores — há apenas o repasse de royalties sobre as vendas, que, em geral, são baixíssimos.

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