História de uma foto: Dunga, Tinga e D’Alessandro no combate à Covid-19
Ídolos do Internacional colocaram a mão na massa para ajudar a população carente de Porto Alegre, doando toneladas de alimentos
Três grandes ídolos do Internacional se juntaram na última terça-feira, 7, em uma ação solidária para ajudar famílias afetadas pela pandemia de coronavírus. A convite de Dunga, que há mais duas décadas organiza campanhas sociais na região, Tinga e o argentino Andrés D’Alessandro foram até o bairro da Restinga, em Porto Alegre, levar 12 toneladas de alimentos que foram doadas nos últimos dias.
Usando máscaras e luvas, o trio repassou o alimentos a uma distribuidora de frutas, legumes e verduras da zona sul da capital gaúcha, que será responsável pela entrega dos produtos a entidades filantrópicas. “Façam o bem, da forma que puderem, mas façam por quem precisa de ajuda! #FazerOBem #Covid19”, escreveu D’Alessandro ao lado de seus antecessores no posto de capitão do Inter. A PLACAR, Dunga e Tinga contaram detalhes do projeto.
“Comecei a participar de ações sociais em 1993 com o Taffarel, no Hospital de Câncer Infantil. Há muitos anos buscamos parcerias com a Sociedade Porto-alegrense de Auxílio aos Necessitados, em asilos, criamos o Esporte Clube Cidadão junto com o Tinga e vários jogadores do Grêmio na época, construímos casas de apoio a crianças com síndrome de Down, são vários projetos”, revela Dunga.
A ação desta terça foi organizada por Dunga junto ao Sacolão da Fábrica, cuja maioria dos funcionários é torcedor do Inter. O ex-jogador prometeu que levaria os ídolos Tinga e D’Alessandro ao local se ao menos dez toneladas de doação fossem arrecadadas pela Seleção do Bem, um grupo de empresários e personalidades do futebol que trabalha em ações sociais na região. “As coisas se completam. A ação de ontem foi organizada pelo Dunga. Eu e ele fazemos ações assim desde 1999. Ele sempre faz isso, sempre foi engajado, não é pelo fato do coronavírus”, esclarece Tinga.
O capitão do tetra em 1994 diz que o coronavírus trouxe maior visibilidade para suas campanhas. “Tem um asilo, Vovó Luiza, com o qual trabalhamos há dois anos e as pessoas ali passavam muito dificuldade para comer. Justamente agora na crise, as doações aumentaram e, felizmente, eles estão se alimentando muito melhor.”
Tinga, cujo apelido se refere ao bairro da Restinga, onde nasceu, vem trabalhando neste momento em ações para alimentar moradores de rua. Com o apoio de atletas como Willian Bigode, do Palmeiras, Léo, do Cruzeiro, e Sasha, do Santos, além do técnico da seleção brasileira, Tite, ele montou um ônibus para distribuir comida e conhecimento.
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“Fiz dentro do ônibus uma cozinha e uma biblioteca, para representar os problemas do nosso país, que são a fome e a educação. Servimos 200 almoços por dia, nos finais de semana saímos para entregar pelo centro de Porto Alegre. Há atletas e empresários que ajudam com os gastos do ônibus e a pagar os cinco funcionários. É como se fosse uma cooperativa, mas o nome mais legítimo é time, cujo treinador é o Tite, que ajudou muito financeiramente, pagou metade da cozinha. Onde esse ônibus vai, enche de gente para ver.”
“Não tem governo ajudando, fazemos a prestação de conta com transparência, um projeto feito na base da confiança. É um trabalho muito legal., a melhor coisa que está me acontecendo nessa parada. Estou trabalhando muito e poder ajudar tanta gente é o melhor presente que eu poderia ter recebido”, completou o ex-volante de Grêmio, Inter, Borussia Dortmund e Cruzeiro.
Dunga, por sua vez, tem voltado suas atenções ao auxílio a autônomos durante a pandemia. “Não podemos criar mais moradores de rua. Esses pais de família estão sem recurso, pois não podem sair para trabalhar”, afirma o ex-volante e técnico da seleção brasileira.
Quem quiser ajudar as ações de Dunga e Tinga pode entrar em contato com a Sociedade Porto-alegrense de Auxílio aos Necessitados, com o asilo Vovó Luiza e com o projeto Time Fome de Aprender.