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Henderson explica ida ao futebol saudita e se desculpa com comunidades LGBTQs

Em entrevista ao The Athletic, meia inglês também relatou mágoa com o Liverpool e não descartou usar faixa de capitão nas cores do arco-íris como capitão do Al-Ettifaq

As grandes movimentações e contratações do futebol saudita mexeram com toda a política do futebol. Em negociação polêmica, o inglês Jordan Henderson foi mais um dos atletas que rumaram ao país árabe. O ídolo e ex-capitão do Liverpool falou em entrevista ao portal The Athletic sobre a decisão de vestir a camisa do Al-Ettifaq e acabar rompendo relações com comunidades LGBTQs do Reino Unido.

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Henderson cumpriu a difícil missão de substituir Steven Gerrard no Liverpool e conseguiu ainda levantar os troféus da Premier League e Champions League. Durante anos, o meia foi símbolo da equipe vermelha e se tornou representante das causas sociais da comunidade LGBTQ+, sempre vestindo a faixa de capitão nas cores do arco-íris. Até por isso, sua transferência a Arábia Saudita ganhou repercussão na Inglaterra.

“Pode rolar muitas críticas, muita negatividade sobre mim. Foi uma decisão difícil de tomar. Eu me importo com as diferentes causas que eu estive envolvido, nas diferentes comunidades… eu me importo. E claro que eu entendo a frustração da comunidade LGBTQ+, eu entendo a raiva. Eu sinto muito por ter provocado isso. Minha intenção nunca foi machucar ninguém. Minha intenção tem sido ajudar as causas e comunidades, eu sinto que eles pediram a minha ajuda”, disse Henderson, em entrevista ao portal inglês The Athletic.

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O meia destacou seguir apoiando as causa de gênero, mesmo no país saudita, mas também garantiu respeito à cultura local: “Não excluo a possibilidade de usar a faixa de capitão nas cores do arco-íris, ao mesmo tempo, eu não quero desrespeitar a religião e cultura da Arábia Saudita. Se estamos dizendo que todo mundo pode ser quem quiser e todos são inclusivos, então temos que respeitar”.

Ao anunciar o meia inglês como reforço, em julho, o Al-Ettifaq descoloriu o arco-íris da braçadeira de Henderson. O episódio reacendeu a discussão sobre como a Arábia Saudita lida com questões de direitos humanos, como a liberdade de expressão, a discriminação à comunidade LGBTQIAPN+ – a homossexualidade, por exemplo, é considerada crime, passível até de pena de morte – e o tratamento misógino às mulheres, que nos últimos anos tiveram pequenas conquistas como o direito de dirigir, ir à escola ou viajar sem a permissão de um “tutor” homem.

Al-Ettifaq descoloriu o arco-íris da braçadeira na apresentação de Henderson

Mágoa com o Liverpool

Na mesma entrevista, Henderson justificou sua ida ao futebol saudita por questões esportivas e revelou que o técnico Jürgen Klopp lhe informou que perderia espaço e minutagem na atual temporada. Jordan revelou mágoa não com o alemão, mas sim com o clube e como foi tratado na janela de transferências: “Se alguém tivesse dito para mim: ‘queremos que você fique’, nós teríamos conversado… Não é que o clube forçou a minha saída ou que eles queriam que eu saísse, mas eu nenhum ponto eu me senti valorizado”.

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O jogador de 33 anos destacou que queria seguir jogando, sobretudo pois ainda pretende seguir defendendo a seleção inglesa. “Estou na fase final da minha carreira e quero ser feliz jogando futebol. Quero jogar. Não quero ficar no banco e entrar por apenas 10 minutos nos jogos. E eu sabia que isso afetaria minhas chances de jogar pela Inglaterra.”

Pelo Al-Ettifaq, clube que é comandado por Gerrard, Jordan Henderson entrou em campo quatro vezes e garantiu duas assistências. Atualmente, a equipe é 5ª colocada no Campeonato Saudita, com 10 pontos, atrás de Al-Hilal, Al-Taawon, Al-Ittihad e Al-Ahly. Além do inglês, o Al-Ettifaq também trouxe do futebol europeu o holandês Wijnaldum.

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