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GRUPO G – Panamá: estreante com a única aspiração de desfrutar de um sonho

Classificação dramática para a Copa colocou o futebol em um novo patamar no país, a ponto de provocar feriado nacional

Os esportes mais populares do Panamá são o beisebol e o boxe. O arremessador Mariano Rivera, que fez brilhante carreira nos Estados Unidos, pelo New York Yankees, e o pugilista Roberto “Manos de Piedra” Durán, campeão mundial em quatro pesos diferentes, são os ídolos nacionais. Ganharam companhia, em 10 de outubro de 2017, quando o emergente futebol da seleção conquistou pela primeira vez uma vaga em Copa do Mundo, graças ao gol de Román Torres, anotado aos 43 minutos do segundo tempo na vitória sobre a Costa Rica, por 2 a 1.

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A classificação abusou da dramaticidade. Só aconteceu porque, no mesmo instante, pela última rodada das eliminatórias, os Estados Unidos perdiam para Trinidad e Tobago, último colocado. O primeiro gol panamenho, que já entrou para a história como “gol fantasma”, fora validado apesar de não ultrapassar a linha. Nos minutos finais, uma torcedora invadiu o gramado e simulou desmaio. Pela catimba, Elida Morales se tornou celebridade (“a tia do mundial”) e vai à Rússia a convite de uma TV local. O dia seguinte dessa noite surreal foi feriado, por decreto do presidente Juan Carlos Varela.

Havia ainda um último e significativo elemento na festa da “maré vermelha“, apelido da seleção. Atletas e torcedores exibiam faixas e camisas com o número 21, que era usado pelo volante Almílcar Henríquez, morto a tiros seis meses antes. Longe de ser casualidade: segundo o jornal panamenho “El Siglo”, foi o vigésimo futebolista assassinado nos últimos quinze anos. Retrato de um país com altos índices de criminalidade, refém do narcotráfico.

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Henríquez era um dos poucos jogadores da seleção nacional que atuava em uma equipe local. Os mais destacados estão na Major League Soccer (MLS), a liga dos Estados Unidos, ou em clubes sul-americanos. O herói Román Torres defende o Seattle Sounders e seu colega de defesa, Fidel Escobar, o New York Red Bulls. O meia Gabriel Gómez, recordista com mais de 140 partidas pelo Panamá, joga no Bucaramanga, da Colômbia. Em solo europeu, a ocupação ainda é tímida: apenas o goleiro Penedo, titular do Dinamo Bucareste, da Romênia, e o jovem atacante Ricardo Ávila (21 anos), que vem sendo lapidado pelo time B do Genk, da Bélgica.

A derrota por 6 a 0 para a Suíça, em amistoso no último dia 27 de março, foi um choque de realidade para os panamenhos. Pontuar na Copa do Mundo, seja com um empate ou uma surpreendente vitória, já será importante para o claro objetivo de intercâmbio, de estimular o crescimento do futebol no país do beisebol. O principal passo, a inédita classificação, foi contemplado pelo técnico colombiano Hernán Darío Gómez, que já fizera tal façanha pelo Equador, em 2002.

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