Governo admite que ‘finge que não vê’ falhas no Itaquerão
Placar
Governo admite que ‘finge que não vê’ falhas no Itaquerão
Superintendente do Ministério disse que ‘trabalho é precário’ na obra do estádio
Publicado por: Da Redação em 03/04/2014 às 10:13 - Atualizado em 06/10/2021 às 20:54
Obras continuam no estádio de abertura da Copa – menos nas arquibancadas temporárias, que estão interditadas
“Falei com o ministro e ele deu respaldo. Estamos fazendo de conta que não estamos vendo”, disse Medeiros
O ex-sindicalista e ex-deputado federal Luiz Antonio Medeiros é a principal autoridade do Ministério do Trabalho em São Paulo. Como superintendente da pasta, ele chefia a equipe de auditores que verificou as condições de trabalho no canteiro de obras do Itaquerão, o palco da abertura da Copa do Mundo. Em entrevista publicada na edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo, Medeiros reconhece que a construção tem irregularidades, que elas são ignoradas por causa da necessidade de terminar o estádio a tempo e que o ministério “faz de conta que não vê” os problemas. De acordo com ele o trabalho é “precário” no local onde um operário se acidentou no fim de semana. Fabio Hamilton da Cruz, de 23 anos, caiu de uma altura de nove metros enquanto trabalhava na montagem das arquibancadas provisórias do Itaquerão. Ele morreu horas depois.
“Se esse estádio não fosse da Copa, os auditores teriam feito um auto de infração por trabalho precário e paralisado a obra. Estamos fazendo de conta que não vemos algumas coisas irregulares”, afirmou o superintendente na entrevista, concedida na quarta-feira. “Isso é trabalho precário. Não vamos nem entrar neste assunto porque vai atrasar ainda mais a obra.” Medeiros afirmou à Folha que o ministro do Trabalho, Manoel Dias, foi informado da situação. “Falei com o ministro e ele deu respaldo. Estamos fazendo de conta que não estamos vendo.” Antes da morte de Fabio Cruz, outros dois operários já haviam morrido na construção do Itaquerão. Desde aquele acidente, ocorrido no fim de novembro de 2013, o risco de o estádio não ficar pronto a tempo aumentou bastante – o que aumentou ainda mais a pressão sobre os envolvidos no projeto. A Fifa chegou a lamentar o fato de o Itaquerão ter ficado sem “margem de erro” alguma para sua conclusão até meados de maio, o prazo final para o estádio ser usado na Copa.
A obra na arena do Corinthians é realizada pela Odebrecht, mas as arquibancadas provisórias necessárias para o estádio ser palco da abertura são de responsabilidade da Fast Engenharia. O operário que morreu era funcionário de uma empresa subcontratada, a WDS Construções. O local onde aconteceu o acidente está interditado desde a segunda-feira. Luiz Antonio Medeiros disse que não permitirá a retomada dos trabalhos se os responsáveis pela obra não cumprirem todas as exigências de segurança apresentadas pelos fiscais do Ministério do Trabalho. “Foram cinco itens pedidos. Se eles não apresentarem todos, não tem liberação. Eu não assino.” Na terça, a Fast Engenharia informou que estava providenciando as melhorias de segurança recomendadas.
Publicidade
1/7 <p></p> (Shaun Botterill/Getty Images/VEJA)
2/7 <p></p> (Ivan Pacheco/VEJA)
3/7 <p></p> (Washington Alves/Reuters/VEJA)
4/7 <p></p> (Marco Aurélio Martins/Ag. A Tarde/Folhapress/VEJA)
5/7 <p></p> (Lucas Elam/Portal da Copa/ME/VEJA)
6/7 <p></p> (Gary Hershorn/Reuters/VEJA)
7/7 <p></p> (Sebastião Moreira/EFE/VEJA)
1/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
2/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
3/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
4/30 Cobertura cai e destrói parte da arquibancada do Itaquerão (Moacyr Lopes Junior/Folhapress/VEJA)
5/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
6/30 Homem fotografa estrutura danificada do Itaquerão, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters/VEJA)
7/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
8/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
9/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
10/30 Estádio visto da estação de metrô Corinthians-Itaquera (Miguel Schincariol/AFP/VEJA)
11/30 No Itaquerão, o guindaste caiu porque o solo cedeu mais que o previsto nas medições feitas no terreno (Ivan Pacheco/VEJA)
12/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
13/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
14/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (SP), destruindo parte da arquibancada do futuro estádio do Corinthians e deixando dois mortos, segundo a construtora Odebrecht (Gero/Futura Press/VEJA)
15/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (Reprodução/TV Globo/VEJA)
16/30 No Itaquerão, o guindaste caiu porque o solo cedeu mais que o previsto nas medições feitas no terreno (Ivan Pacheco/VEJA)
17/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (Futurapress/VEJA)
18/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (SP), destruindo parte da arquibancada do futuro estádio do Corinthians e deixando dois mortos, segundo a construtora Odebrecht (Gero/Futura Press/VEJA)
19/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (Futurapress/VEJA)
20/30 Peça da cobertura do Itaquerão desaba no começo da tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo (Futurapress/VEJA)
21/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
22/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
23/30 Peça da cobertura do Itaquerão desabou no começo da tarde dessa quarta-feira (27/11) (Ivan Pacheco/VEJA)
24/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
25/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
26/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
27/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
28/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
29/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)
30/30 Queda de guindaste que posicionava estrutura metálica da cobertura, provoca destruição de parte da arquibancada do Itaquerão e deixa dois operários mortos – (27/11/2013) (Ivan Pacheco/VEJA)