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Globo atrasa replay e arbitragem de Inter x Santos causa polêmica

Árbitro Ricardo Marques Ribeiro demorou oito minutos para anular gol do Inter e bateu boca com dirigentes. Galvão Bueno vê juízes “reféns do VAR”

O empate em 2 a 2 entre Inter e Santos, nesta segunda-feira, no Beira-Rio, pelo Brasileirão, ficou marcado por uma enorme confusão envolvendo a arbitragem. O juiz Ricardo Marques Ribeiro e seus auxiliares levaram cerca de oito minutos para invalidar um gol de Leandro Damião, por impedimento. O SporTV, do Grupo Globo, admitiu que não passou o replay do lance até a decisão final do árbitro para não influenciá-lo – o que configuraria interferência externa, já que não há o recurso do árbitro assistente de vídeo no torneio. Logo após o jogo, o narrador Galvão Bueno fez duras críticas ao ocorrido e disse que os árbitros estão “reféns do árbitro VAR”.

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O narrador Luiz Carlos Júnior, que estava na transmissão, confirmou que o atraso do replay partiu do SporTV. Um dia antes, na partida entre Palmeiras e Ceará, o mesmo ocorreu em um pênalti assinalado para o Palmeiras – o juiz havia ignorado o lance, mas foi alertado pelo quarto árbitro, em menos de um minuto. No programa Bem, Amigos!, na sequência do jogo do Inter, Galvão Bueno afirmou que os juízes ficaram perdidos sem o replay, como se esperassem por um aviso externo.

“Talvez tenha sido uma das cenas mais ridículas da história da arbitragem mundial. Durante mais de oito minutos, árbitro conversa com dois de lá, dois daqui. Dá impressão de uma coisa, depois volta. Nitidamente ficaram enrolando para que alguém pudesse ver em casa e dar a informação. Os seis ficaram esperando a transmissão mostrar e a transmissão não mostrou. Pagaram um dos maiores micos da história de arbitragem no futebol mundial. Estão todos reféns do tal do VAR”, cravou. O recurso tecnológico está disponível apenas na Copa do Brasil e na Libertadores.

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No lance, Víctor Cuesta, do Inter, dividiu com Carlos Sánchez, do Santos, e a bola sobrou para Leandro Damião. O centroavante aproveitou e mandou para o fundo das redes. Ricardo Marques Ribeiro assinalou impedimento do jogador do Inter, mas, com dúvidas sobre quem tocou por último antes de bola chegar a Damião (Cuesta ou Sánchez), o sexteto de arbitragem demorou para tomar uma decisão final, confirmando a anulação do gol.

Revolta colorada e bate-boca

Após o empate, que deixou o Inter na terceira posição com 57 pontos, a cinco pontos do líder Palmeiras, dirigentes do clube gaúcho protestaram e até bateram boca com a arbitragem. Ricardo Marques Ribeiro relatou ter sido chamado de “safado” pelo diretor de futebol do Internacional, Rodrigo Caetano, na súmula da partida.

“Quando o sexteto de arbitragem se dirigia para o vestiário e passando pela zona mista, fomos abordados pelo sr. Rodrigo Vilaverde Caetano, gerente executivo de futebol do S.C. Internacional, que proferiu, em tom agressivo, as seguintes palavras: ‘Vocês vão parar por que? Vocês decidiram o campeonato, erraram feio, seu safado, absurdo o que vocês fizeram aqui hoje’”.

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Ricardo Marques Ribeiro também confirmou que respondeu ao cartola. “Respondi em alto e bom som e repetidas vezes, com as seguintes palavras: ‘Você me respeita, respeite a minha instituição. Eu nunca faltei com respeito a você. Eu exijo respeito, por favor, respeito’”, relatou o juiz na súmula do jogo.

O presidente do Internacional, Marcelo Medeiros, disse que a indefinição em campo ocorreu porque a arbitragem ficou esperando por uma ajuda externa. “É inadmissível que seis homens levem mais de sete minutos para tomar uma decisão. Há duas interpretações. Se foi do Cuesta, é falta. Se foi do zagueiro, é legítimo o gol do Damião. Não precisa consultar assistente, quarto árbitro. Ficou claro que esperava uma informação, que não ocorreu”, reclamou o dirigente.

O treinador Odair Hellmann também mostrou indignação com a decisão da arbitragem e reforçou o pedido pela implantação no VAR na principal competição nacional. “O Inter foi a favor do VAR. Eles precisam de ajuda, mas precisam ter humildade também. Todo final de jogo falam conosco e pedem para darmos moral. Não pode ficar sete minutos esperando uma decisão externa. No sétimo minuto o quarto árbitro vai lá, fala e estraga a situação. Saio daqui muito triste.”

 

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