Ex-secretário de Blatter anuncia candidatura à presidência da Fifa
Jérôme Champagne garante que seu passado na entidade não mancha sua reputação e apresenta suas propostas para modernizar o futebol
O francês Jérôme Champagne, ex-subsecretário-geral da Fifa, confirmou nesta sexta-feira que apresentará sua candidatura às eleições presidenciais da entidade, marcadas para 26 de fevereiro de 2016. O diplomata de 57 anos desempenhou várias funções na Fifa entre 1999 e 2010, entre elas a de diretor de relações internacionais, sempre sob o comando do suíço Joseph Blatter, o presidente suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa.
Champagne já havia tentado se candidatar no último pleito organizado pela Fifa, em maio, mas não conseguiu reunir o apoio de cinco federações nacionais, o principal pré-requisito da eleição. Desta vez, no entanto, Champagne já apresentou o suporte de oito federações e se candidatou oficialmente. “Com determinação e respeito, me apresento mais uma vez como candidato à presidência. Os fatos dos últimos meses renovaram ainda mais minha vontade de ser candidato”, afirmou, em carta divulgada nas redes sociais.
Leia também:
Platini admite pagamento sem contrato e diz ser ‘à prova de balas’
Escolha de sede da Copa de 2006 teria sido comprada pela Alemanha, afirma revista
Banido, sul-coreano acusa Blatter de golpe e compara Fifa ao Titanic
Suspensões abalam eleição na Fifa e abrem espaço para Zico
À espera do fechamento do prazo para a apresentação de candidaturas, que se encerra na próxima segunda-feira, também confirmaram candidatura o francês Michel Platini, presidente da Uefa e que também está suspenso pela Fifa por 90 dias, o príncipe jordaniano Ali Bin al Hussein, ex-vice-presidente da entidade, e o ex-capitão da seleção de Trinidad e Tobago, David Nakhid. O ex-jogador brasileiro Zico também pretende disputar as eleições, mas ainda não conseguiu reunir os cinco respaldos necessários para formalizar sua candidatura.
Propostas – Jérôme Champagne enviou um manifesto de sete páginas às 209 federações filiadas à Fifa, no qual descreve seus planos para “modernizar a forma de se dirigir a entidade e combater a desigualdade”, o que inclui diminuir o número de vagas de seleções europeias na Copa, maior participação das mulheres no futebol e o e implemento do uso da tecnologia para ajudar os árbitros.
O desenvolvimento do futebol em países mais pobres é outra prioridade de Champagne. Se for eleito presidente, ele pretende construir 400 campos de grama artificial em todo mundo em quatro anos. Ele garante que seu passado de onze anos na entidade não mancha sua reputação. “Não me envergonho dos anos que passei na Fifa. Os votantes querem alguém que sabe como funciona a entidade, para o bem e para o mal.” Antes de oficializar a sua candidatura, Champagne se reuniu nesta semana com Issa Hayatou, camaronês que é o presidente interino da Fifa durante a suspensão de Blatter e contou ter desembolsado cerca de 5.000 euros de seu próprio bolso em sua candidatura anterior à Fifa.
(com agências AFP e Estadão Conteúdo)