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Endrick protagoniza título do Palmeiras com gol, lambreta e confusões

Aos 15 anos, camisa 9 marcou gol que abriu caminho para a vitória do Palmeiras com maturidade incomum e provocando tensões em santistas

No jogo mais importante de sua curtíssima carreira até aqui, Endrick não decepcionou. A nova promessa do futebol nacional, que atraiu os olhares do Brasil e do mundo pelos golaços ao marcar aos 15 anos na principal competição sub-20 do país, foi protagonista na vitória do Palmeiras por 4 a 0 sobre o Santos, nesta terça-feira, 25, no Allianz Parque, que terminou com o incômodo jejum do alviverde de nunca ter vencido a Copa São Paulo. Além do troféu, o adolescente ainda saiu com mais dois prêmios individuais debaixo do braço: o Dener, atribuído ao gol mais bonito, e o de melhor jogador.

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“Cara, é um título muito importante, a gente não tinha e graças a Deus conquistamos. É tudo consequência, não ganhei isso sozinho, o grupo ajudou. Agradeço primeiro a Deus, a minha família e a namorada”, disse minutos após o apito final.

Antes mesmo de a bola rolar, Endrick atraía aos principais olhares e atenções. Quando o nome do artilheiro foi confirmado como titular para a decisão, os cerca de oito mil palmeirenses no estádio comemoraram. E quando o locutor chegou ao nome do camisa 9 durante o anúncio da escalação, as arquibancadas explodiram como se fosse um gol.

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“Olelê, olalá, o Endrick vem aí, e o bicho vai pegar”. O canto da torcida demorou só cinco minutos para se mostrar verdadeiro. O lateral Vanderlan cruzou rasteiro, a zaga do Santos não afastou e o menino de 15 anos, desmarcado na área, completou para as redes de primeira e saiu para o abraço. Foi o sexto gol dele na Copinha – artilheiro do Palmeiras no torneio, mesmo sem completar 90 minutos em uma só partida.

O gol que abriu caminho para o atropelo na final foi uma finalização relativamente simples, mas a naturalidade e a confiança do movimento foi o que mais chamou a atenção. E esse padrão se repetiu ao longo de todo o jogo, que foi amplamente dominado pelo Palmeiras – com 15 minutos, o Verdão já vencia por 3 a 0. Endrick, sempre ativo, se movimentava pelo ataque, pedia a bola, disputava fisicamente com os zagueiros e começava a irritar os adversários. Quase fez mais um ao ganhar na corrida, proteger com o corpo e finalizar de pé direito, rente à trave.

Por duas vezes, a joia palmeirense caiu levando a mão ao rosto, acusando tapas dos rivais. Ed Carlos e Derick – que acabou expulso ainda no fim do primeiro tempo – levaram cartões amarelos assim. Mas Endrick não se intimidou: ao contrário, dobrou a aposta. Aos 32 minutos, tentou uma lambreta em Derick perto da linha de fundo. O drible não saiu direito, mas serviu para enfurecer os jogadores do Santos e para amarelar mais um adversário, Lucas Pires, que empurrou e xingou o garoto.

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Com o jogo efetivamente resolvido e o Santos com um a menos, Endrick diminuiu visivelmente o ritmo entre o fim do primeiro tempo e o começo do segundo. Passou a soltar mais de primeira e a correr menos na hora de pressionar a bola. Mas quando percebeu que a hora de ser substituído provavelmente se aproximava, a fome voltou. O atacante jogou as mãos para o céu em sinal de desespero quando o goleiro Mateus demorou para repor uma bola enquanto ele escapava em velocidade pela esquerda.

A participação de Endrick na final acabou aos 24 do segundo tempo, quando ele deu lugar a Vitinho. Saiu ovacionado pelos torcedores, como goleador do time e estrela de uma campanha que deu ao clube um título inédito.

Como já virou padrão em sua carreira, um brilho promissor e precoce – e um bom presságio para julho, quando ele completará 16 anos e, inevitavelmente, será integrado ao time profissional. Ele diz ter uma virtude tão grande quanto o seu futebol: paciência.

“Eu estou tranquilo, vou torcer muito para levarmos o Mundial. Tento não pensar no profissional para não me atrapalhar aqui na base. O Abel [Ferreira] está super certo”, concluiu.

Curiosamente, ao final da partida, quando tirava selfies com os torcedores com seus celulares, recebeu de um deles uma faixa provocativa ao Santos. Abriu, leu o conteúdo e devolveu educadamente – sem nenhuma agressão gratuita ao rival. Outro golaço, já com o jogo terminado, da joia precoce.

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