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Em crise, Neymar surfa ondas grandes nas redes

Jogador perdeu valor de mercado e espantou patrocinadores, mas cresceu nas redes sociais

Neymar está em alta, pelo menos nas redes sociais. Mesmo depois de perder 275 milhões de reais em valor de mercado de acordo com o instituto europeu CIES Football Observatory e ver patrocinadores cancelarem campanhas publicitárias depois da denúncia de estupro e violência acusação, o atacante do Paris Saint-Germain conseguiu aumentar seus fãs nas redes sociais.

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Entre 3 e 16 de junho, auge do escândalo em que chegou a depor duas vezes, uma no Rio e outra em São Paulo, o atacante conseguiu mais seguidores no Facebook (aumento de 128.000), Twitter (269.000) e YouTube (19.000 seguidores). Os números são da Zeeng, plataforma de inteligência de dados voltada ao setor de marketing e comunicação. No Instagram, rede social que não fez parte do estudo, o jogador ganhou 700.000 seguidores e atingiu a marca de 120 milhões de fãs.

“Estamos analisando os canais sociais do Neymar. Dentre as publicações que ele fez, os comentários dos seguidores e fãs estão totalmente contemplados. Mas nós não analisamos a expressão Neymar nas redes sociais para tentar identificar o que as pessoas falaram”, explica Eduardo Prange, CEO da empresa responsável pelo estudo. “Nos canais dele, existe uma predominância das reações de amor sobre as reações de raiva”, completa o especialista.

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“Quando as grandes corporações decidem restringir contratos, elas enxergam uma gestão de crise que dura um bom tempo. Os seguidores nas redes sociais se posicionam com mais rapidez e não esperam todos os acontecimentos. O movimento de engajamento vai numa velocidade diferente do impacto jurídico de uma empresa”, comenta Roberto Gondo, professor de Comunicação e Marketing do Mackenzie.

Antonio Carlos Gobe, professor de Marketing da Pontifícia Universidade Católica (PUC), deixa um questionamento. “Será que o aumento de seguidores nos canais sociais está associado a seguidores efetivos ou a curiosos?”, pergunta o especialista.

Para Luiz Cláudio Zenone, coordenador do MBA em Marketing da PUC, “patrocinadores têm outras métricas de análise do valor da marca que superam muito as métricas de redes sociais. O fato de algum jogador ser um ídolo é, sem nenhuma dúvida, um dos atributos de uma marca (no caso Neymar). Torcedores não avaliam marcas, ainda mais no futebol onde a paixão é determinante. Quem deve analisar a marca são as empresas e negócios que orbitam no mercado da bola”, explica o especialista.

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