O tribunal da cidade egípcia de Port Said condenou nesta terça-feira onze homens à morte por participação no pior caso de violência em estádios de futebol do Egito, no massacre conhecido como “tragédia de Port Said”, que matou cerca de 70 torcedores e deixou centenas de feridos, em fevereiro de 2012.
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Muitos dos mortos – a maioria formada por torcedores do clube mais popular do país, o Al Ahly -, foram esmagados quando torcedores em pânico tentavam deixar o estádio Port Said após uma invasão ao campo de torcedores do clube rival, o Al-Masry. Outras vítimas caíram ou foram jogadas das arquibancadas, de acordo com testemunhas presentes no momento. Das 73 pessoas que foram julgadas nesta terça, onze foram condenadas à morte, 21 foram absolvidas, enquanto as outras foram condenadas a penas de prisão entre 5 e 15 anos. Apenas um dos acusados recebeu uma pena de um ano de prisão.
Este é o segundo julgamento sobre o caso. Em 6 de fevereiro de 2014, o Tribunal de Cassação anulou uma decisão que condenava à morte 21 acusados. Os réus são acusados de perpetrar, tramar e serem cúmplices de crimes de assassinato. O diretor da Segurança da província de Port Said, o general Issam Edin Samak, e o chefe da Polícia do Meio Ambiente de Port Said, Mohammed Saad, foram condenados a 5 anos de prisão cada um pelo envolvimento nos distúrbios, que ocorreram sem que as forças de segurança interviessem.
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O diretor-executivo do Al-Masri, cujos torcedores foram acusados de ter atacado os da equipe mais popular do país, o Al Ahli, do Cairo, também recebeu pena de cinco anos de prisão. Os condenados podem recorrer contra os veredictos no Tribunal de Cassação, último recurso possível no sistema de justiça egípcio.