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Di María, o homem que realizou todos os seus sonhos

Parecia não faltar nada na carreira do craque argentino. Isso até ele decidir o clássico de Rosário — que bem poderia contar com Messi do lado rival

Publicado por: Luiz Felipe Castro em 25/08/2025 às 11:59 - Atualizado em 25/08/2025 às 12:29
Di María, o homem que realizou todos os seus sonhos
Consagração: Di María decidiu o clássico com um golaço de falta - Rosario Central/Divulgação

Ángel Di María fez todos os gols que um menino pode um dia sonhar (em final de Champions League, Copa América, Olimpíada e até Copa do Mundo, sendo campeão em todos os casos), mas nunca gritou tanto uma bola na rede quanto essa. A batida de falta perfeita, com curva, que deu ao Rosário Central o triunfo por 1 a 0 sobre o rival Newell’s Old Boys nos minutos finais, e fez explodir o Gigante de Arroyito no último sábado, 23, retratou como poucas vezes vista o valor de um clássico.

Aos 37 anos, o craque canhoto que tantas vezes brilhou como coadjuvante de luxo de Lionel Messi viveu uma emoção que nem mesmo o amigo, ironicamente torcedor do Newell’s, pôde desfrutar – ao menos por enquanto.

“Faz 18 anos que eu assistia às partidas e queria viver isso. É incrível a festa antes e durante a partida, com o gol, com a minha família. Não posso pedir mais nada”, disse Di María, para depois lembrar. “Ou melhor, posso pedir sim”, se referindo a um possível título com a camisa do clube do coração. Cria da base dos Canallas, ele estreou pelo Rosário aos 17 anos, em 2005, e fez apenas 36 partidas e seis gols antes de brilhar na Europa por Benfica, Real Madrid, PSG e Juventus.

Consagrado por grandes clubes e sobretudo pela seleção, Di María rejeitou pendurar as chuteiras de forma mais sossegada, nos EUA ou no Oriente Médio. Abriu mão de dinheiro e conforto para pagar a dívida de gratidão que dizia ter com as cores azul e amarela e o grito de gol é a prova de que não houve arrependimento algum.

“É um sonho poder estar no Gigante todos os fins de semana, curtir isso com a minha família. Sinceramente, não tenho palavras além de gratidão. Sei que muitas pessoas me criticaram. Ninguém sabe o que eu e minha família sofremos. Esta vitória é para os torcedores, e principalmente para a minha família, minha esposa e minhas filhas, que sofreram comigo, que me apoiaram por mais um ano longe delas para que eu pudesse realizar este sonho, e hoje eu o estou realizando”, afirmou à ESPN de seu país.

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A incrível trajetória de Di María foi contada no documentário Quebrando a Barreira, disponível na Netflix, que compara seu gol no Maracanã na final da Copa América, que encerrou o jejum de título da Argentina, com a abertura de um portal que devolveu a alegria aos argentinos. Seu retorno a Rosário talvez valha um novo filme.

O gol de Di María no clássico deu volta ao mundo e impulsionou ainda mais os debates sobre um possível retorno de Messi à sua terra natal para, enfim, realizar o sonho dos torcedores do Newell’s de vê-lo com a camisa do time do coração. O camisa 10 segue em Miami, tranquilo, ainda que talvez um pouco mordido pelo gol do amigo no clássico que divide Rosário.

Uma carreira irretocável

Di María, autor do segundo gol na final e decisivo para o terceiro título argentino -

Di María comemora a segundo gol da Argentina na partida – Adrian Dennis/AFP

Texto publicado em 18/12/22, após a final da Copa do Mundo

Ele nasceu em Rosário, tem talento puro na perna esquerda e é sempre decisivo. Um herói nacional, cujos feitos são lembrados em canções pelos torcedores argentinos. A descrição não cabe apenas para Lionel Messi, o cara e a cara do tricampeonato argentino na final mais espetacular da história, mas também para o seu melhor “sócio”: Ángel Di María, que sofreu um pênalti no primeiro gol e marcou o segundo do empate em 3 a 3 no triunfo por pênaltis sobre a França, no Lusail, na tarde deste domingo, 18.

O meia atacante de 34 anos estreou na seleção em 2008, três anos depois de Messi, e foi protagonista nas maiores alegrias da seleção. Ainda jovem, marcou um golaço de cobertura contra a Nigéria que valeu ao time a medalha de ouro na Olimpíada de Pequim. Já veterano, fez o gol que até esta tarde era o mais importante de sua gloriosa carreira: também com um toque de classe, encobriu o brasileiro Ederson, na vitória por 1 a 0 no Maracanã que deu à seleção argentina adulta o título da Copa América de 2021, encerrando um jejum de 28 anos sem uma mísera taça. A conquista tirou um enorme peso das costas da equipe, especialmente de Messi e do técnico Lionel Scaloni.

Di María brilhou com toque sutil no Maracanã há dois anos - Sebastiao Moreira/EFE

Di María decidiu Copa América no Maracanã – Sebastiao Moreira/EFE

Nos últimos anos, sua ausência também foi preponderante. Destaque em toda a campanha na Copa de 2014, ele acabou ficando de fora da final contra a Alemanha e sua falta foi extremamente sentida. O mesmo voltou a acontecer em Lusail após sua substituição.

Multicampeão por Benfica, Real Madrid e PSG, o jogador revelado pelo Rosario Central é uma unanimidade em relação a seu talento, mas teve a carreira prejudicada por problemas físicos. Scaloni não queria correr riscos e admitiu ter preservado o camisa 11 na semifinal diante da Croácia. Ele sabia que precisaria de Di María na decisão e mais uma vez o melhor coadjuvante do mundo não decepcionou.

Escalado de titular, bem aberto na esquerda, Di María foi a grande arma da Argentina no primeiro tempo. Ele não demonstrou qualquer tipo de nervosismo que seria natural para a ocasião. Seus lances de categoria – os “luxos”, como dizem os hermanos – pareceram dar ainda mais confiança a um time já incrivelmente focado. Como tantas vezes fez na carreira em noites de Champions League, em Pequim ou no Maracanã, Di María no Lusail. Primeiro, sofreu o pênalti de Ousmane Dembelé, convertido pelo parceiro de uma vida, Messi. Depois, completou um contra-ataque de manual com extrema frieza, tirando de Hugo Lloris. Comemorou com seu tradicional gesto de coração que apaixonou os argentinos nos últimos 15 anos.

Aos 63 minutos, Di María deixou o campo ovacionado. “Fideo, Fideo”, gritou em uníssono o estádio, citando o apelido do craque (um tipo fino de macarrão, uma alusão à sua magreza). Sem ele, o time parece ter se desconcentrado em meio ao show de Kylian Mbappé. Mas Messi e o goleiro Dibu Martínez não deixaram os feitos de Di María serem apagados.

A história registrará com justiça Lionel Messi como o grande gênio desta geração, o novo rei do futebol e Diós para os argentinos. Mas se Messi é o Pelé argentino, não seria tão exagerado dizer que Di María é o Garrincha de Rosário. O que Bebeto foi para Romário. O coadjuvante de luxo.

Todos os títulos de Di María

Benfica
Taça da Liga: 2008–09, 2009–10 e 2024–25
Primeira Liga: 2009–10

Real Madrid
Copa do Rei: 2010–11 e 2013–14
La Liga: 2011–12
Supercopa da Espanha: 2012
Liga dos Campeões: 2013–14
Supercopa da Uefa: 2014

Paris Saint-Germain
Ligue 1: 2015–16, 2017–18, 2018–19, 2019–20 e 2021–22
Copa da França: 2015–16, 2016–17, 2017–18, 2019–20 e 2020–21
Copa da Liga Francesa: 2015–16, 2016–17, 2017–18 e 2019–20
Supercopa da França: 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020

Seleção Argentina
Copa do Mundo Sub-20: 2007
Jogos Olímpicos Pequim- 2008
Copa América: 2021 e 2024
Finalíssima 2022
Copa do Mundo: 2022

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