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Dez anos após desastre nuclear, Fukushima abre a Olimpíada no Japão

Jogo de softbol entre japonesas e australianas marca o início dos Jogos nesta terça, às 21h (de Brasília)

Fukushima, a cidade japonesa que ficou mundialmente conhecida em 2011, em razão de um terremoto, seguido de tsunami e acidente nuclear — o maior desde Chernobyl, em 1986 —, será palco de uma festa cujo mote será “Os Jogos da Recuperação”. No Fukushima Azuma Baseball Stadium, a quase 300 km da capital, o anfitrião Japão e a Austrália fazem nesta terça-feira, 20, a partir das 21h (de Brasília, já na manhã de quarta na Ásia) a primeira partida da Olimpíada de Tóquio, válida pelo softbol, modalidade semelhante ao beisebol e disputado apenas por mulheres na competição. A cerimônia de abertura acontece apenas na sexta-feira 23, no Estádio Nacional de Tóquio, a partir das 8h (de Brasília).

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A escolha de Fukushima como uma das sedes dos Jogos tinha o objetivo claro de mostrar que a região está recuperada e segura. O atual contexto, porém, tira boa parte do brilho do evento. Os 14.300 lugares do estádio estarão vazios por determinação da prefeitura local, já que a presença de público está vetada apenas em Tóquio e era opcional nas outras cidades-sede. Os índices de contaminação pelo novo coronavírus seguem em alta no país, cuja imensa maioria da população se dizia contra a realização da Olimpíada.

O povo de Fukushima está acostumado a se reerguer. A história da cidade mudou para sempre em 11 de março de 2011, quando um terremoto de magnitude 9,1 graus na escala Richter atingiu o leste do Japão, provocando um tsunami que avançou sobre as províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima. As ondas gigantes invadiram a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, destruindo três dos seis reatores nucleares. Elementos radioativos se espalharam causando mais de 18.000 mortes e deixando centenas de milhares de pessoas desabrigadas.

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“Levar os Jogos a Fukushima é uma chance de trazer o espírito olímpico para um local devastado e também uma expressão de solidariedade com a população local”, justificou o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, ainda em 2017, no dia em que a sede foi confirmada época em que ninguém poderia imaginar os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocaria no mundo todo.

A organização dos Jogos assegura não haver qualquer risco à saúde dos atletas de beisebol e softbol, pois os níveis de radioatividade no Fukushima Azuma Baseball Stadium, situado a 90 km do local do acidente em 2011, estão dentro de parâmetros seguros. Sem torcida nas arquibancadas, certamente o Japão vai parar diante da TV para acompanhar uma de suas modalidades mais populares.

O softbol, jogado apenas por mulheres na Olimpíada, é uma versão do beisebol em dimensões reduzidas. A modalidade estreou nos Jogos em Atlanta-1996, mas ficou de fora das últimas duas edições do jogo, Rio-2016 e Londres-2012. Já se sabe que o esporte estará novamente ausente nos Jogos de Paris-2024, mas a expectativa é que retorne para os Jogos de Los Angeles-2028. Campeão na última edição, em Pequim-2008, o Japão tentará manter seu domínio diante dos Estados Unidos, a maior potência.

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O Brasil jamais disputou o softbal olímpico. Nos Jogos de Tóquio, apenas seis nações conseguiram vagas: Japão, Estados Unidos, Canadá, Itália, México e Austrália.

FUKUSHIMA, JAPAN - JULY 20: A general view of the Fukushima Azuma Stadium ahead of the Tokyo 2020 Olympic Games on July 20, 2021 in Fukushima, Japan. (Photo by Yuichi Masuda
Os quase 15.000 lugares do estádio estarão vazios por determinação da prefeitura  Yuichi Masuda/Getty Images
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