Destaques, curiosidades e rivalidade: vai começar a Copa Libertadores 2020
Principal competição de clubes do continente terá início nesta terça-feira 2; PLACAR selecionou sete pontos principais sobre o torneio deste ano
A bola vai rolar pela competição mais tradicional do continente sul-americano. A fase de grupos da 61ª edição da Copa Libertadores da América começa nesta terça-feira 2 com a estreia de três dos sete representantes brasileiros na disputa. Além de Athletico Paranaense, Grêmio e Santos, entrará em campo também o Internacional, que se classificou através da Pré-LIbertadores. Todos visam um só objetivo: conquistar uma das vagas na grande decisão, marcada para o dia 21 de novembro, em jogo único no Maracanã (o estádio carioca foi selecionado como uma celebração a seu 70º aniversário).
O Flamengo, atual campeão, desponta como o favorito mais uma vez, mas terá que superar alguns fortes rivais para ficar com a taça. O poderoso River Plate, de Marcelo Gallardo, que venceu duas das últimas seis edições (perdeu a final justamente para o rubro-negro no ano passado), aparece novamente como um dos principais postulantes ao título. O Boca Juniors, de Carlitos Tevez, e o Palmeiras, do experiente treinador Vanderlei Luxemburgo (mas que ainda não conquistou a América), também estão entre as melhores equipes.
PLACAR elaborou uma lista com os sete principais destaques da competição, para você comece a Libertadores muito bem informado:
1) Os candidatos a craque
Bruno Henrique foi eleito o melhor jogador da Libertadores de 2019 e segue como um dos favoritos para conquistar o prêmio mais uma vez – assim como diversos companheiros de Flamengo, incluindo o artilheiro Gabigol. Os flamenguistas, porém, terão alguns rivais de peso na corrida pelos títulos individual e da competição. Os habilidosos Everton Cebolinha, do Grêmio, e Dudu, do Palmeiras, já são experientes no torneio e aparecem como os brasileiros mais preparados para quebrar a ajudar suas equipes a quebrar a hegemonia dos cariocas.
Entre os estrangeiros, o destaque é o colombiano Rafael Santos Borré, atacante do River Plate. O camisa 19 quase colocou água no chopp do Flamengo na decisão do ano passado. Foi dele o gol que abriu o placar para o time argentino na final e quase tirou o título dos brasileiros. Borré continua artilheiro: tem 13 gols em 21 jogos na atual temporada.
2) Os “vovôs” do continente
O Boca Juniors é sempre candidato ao título mais importante do continente, mas a realidade é que o elenco vice-campeão há duas temporadas já está envelhecido. O ídolo Carlitos Tevez ainda é uma das principais peças da equipe aos 36 anos de idade. Contar com jogadores experientes e com passagens por grandes clubes do futebol mundial não é exclusividade dos argentinos. O Olímpia, do Paraguai, contratou o togolês Emmanuel Adebayor, de 36 anos – e eles já contam com Roque Santa Cruz, que tem 38.
Os brasileiros também têm seus “vovôs” craques. O São Paulo vai em busca do tetra da Libertadores com Daniel Alves, 36 anos, e Hernanes, 34 anos, comandando o meio-campo. O Internacional aposta em uma dupla de ataque com D’Alessandro e Guerrero, de 38 e 36 anos respectivamente, enquanto o Palmeiras conta com o agora zagueiro Felipe Melo, de 36 anos.
3) Primeiro Gre-Nal da história da Libertadores
O maior clássico do Rio Grande do Sul acontecerá pela primeira vez em duelos do grupo E. O Internacional precisou passar por duas fases preliminares e vencer Universidad do Chile e Tolima para poder fazer parte da chave do Grêmio. O primeiro confronto entre os grandes rivais será no próximo dia 12, na Arena do Grêmio. O Inter recebe o jogo da volta no Beira-Rio, no dia 8/4.
Grandes rivais frente a frente na Libertadores não é novidade. Nos primeiros anos da competição, os times do mesmo país se enfrentavam logo de cara. Mais recentemente, o Corinthians chegou a participar de grupos com o Palmeiras e o São Paulo já na primeira fase. Há dois anos, Boca e River decidiram a final, naquele que ficou conhecido com o “Jogo do Século” pela rivalidade e importância da data.
4) Recorde na artilharia?
Gabigol foi o artilheiro máximo do torneio no ano passado. O atacante do Flamengo colocou nove bolas nas redes adversárias para se tornar o maior goleador. Antes mesmo da competição começar pra valer, um jogador já tem oito gols na Libertadores de 2020. Fidel Martínez, o “Neymar equatoriano”, fez oito gols pelo Barcelona de Guayaquil nas três fases preliminares que a equipe disputou e, graças ao regulamento da Conmebol, vai carregar a contagem para as fases seguintes – um absurdo, considerando que os principais torneios do mundo zeram a contagem quando acaba a fase previa.
Com essa “ajudinha”, Martínez está só um gol atrás do artilheiro do ano passado e a apenas dois de igualar o recorde deste o Século. O brasileiro Rodrigo Mendes, pelo Grêmio em 2002, e o paraguaio Salvador Cabañas, pelo América do México em 2007, foram os únicos que conseguiram marcar dez vezes desde 2001. Daniel Onega, argentino que atuou pelo River Plate, é o maior artilheiro de uma única edição, graças aos 17 gols anotados na edição de 1966 da Libertadores.
5) Jesus e Jesualdo não são os únicos gringos
A chegada de técnicos da Europa não é privilégio apenas do futebol brasileiro. Se Jorge Jesus fez sucesso imediato no Flamengo, o mesmo pode se dizer de Miguel Ángel Ramírez, treinador do Independiente del Valle, do Equador. O espanhol conquistou a Copa Sul-Americana do ano passado logo no seu primeiro trabalho com uma equipe profissional. Os dois se enfrentaram na final da Recopa Sul-Americana e o português levou a melhor. Ramírez terá a chance de vingança no grupo A da competição.
Jesualdo Ferreira, o português do Santos, será o terceiro representante do Velho Continente – e só não serão quatro porque o Delfín, também Equador, demitiu o espanhol Ángel López no último sábado 29. A Libertadores ainda terá um treinador costarriquenho. Trata-se de Alexandre Guimarães, técnico da seleção do país nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 e atual comandante do América de Cali, da Colômbia. Guimarães é, na verdade, brasileiro. Nasceu em Maceió, mas se mudou com a família aos 12 anos e decidiu se naturalizar.
6) Boleiros em novas funções
Os craques fora de campo serão uma atração a mais para o torneio. Alguns times contam com treinadores que brilharam dentro das quatro linhas e agora iniciam suas carreiras de técnicos. O uruguaio Diego Forlán, atacante ídolo do Manchester United e do Atlético de Madri, voltou ao time do coração Peñarol para seu primeiro trabalho na nova função e vai enfrentar o Athletico Paranaense, em Curitiba, na estreia.
O argentino Hernán Crespo tem um pouco mais de experiência, mas é novato em Libertadores: assumiu o Defensa y Justicia no início do ano para tentar levar o time ao título inédito. No primeiro jogo, recebe a equipe do Santos. Outro “hermano” que participa da competição fora dos gramados é Juan Román Riquelme. O ex-meia do Boca Juniors, porém, virou dirigente: ele é um dos vice-presidentes de futebol do clube.
7) Campeões dentro e fora de campo
O título de 2017 com o Grêmio colocou o técnico Renato Gaúcho em um seleto rol: ele se tornou apenas o oitavo homem na história a vencer a Libertadores como jogador e treinador. Ambas as conquistas – a de 1983 dentro de campo e a de dois anos atrás no banco de reservas – foram defendendo o Tricolor do Rio Grande do Sul. Renato é o único brasileiro da lista.
Outro técnico que disputa a atual edição da Libertadores também conseguiu o feito. Meia do River Plate na conquista de 1996, o treinador Marcelo Gallardo ficou com a taça pela mesma equipe em 2015 e 2018. Aldo Bobadilla, goleiro conhecido do público brasileiro por ter sido contratado pelo Corinthians mas nunca ter estreado, é mais um que pode repetir a marca. Campeão com o Boca Juniors em 2007 como atleta, ele é o treinador do Libertad, do Paraguai, que está no grupo H da atual Libertadores.