O zagueiro Dante, do Bayern de Munique, foi um dos jogadores da seleção brasileira que mais ficaram marcados pela goleada de 7 a 1 da Alemanha na semifinal da Copa do Mundo do ano passado. Escolhido para substituir o então capitão Thiago Silva, suspenso, ele não se entendeu com David Luiz e sofreu com os ataques de vários de seus companheiros de clube. Quase um ano depois, em entrevista à Rádio Globo nesta segunda-feira, Dante disse que a “desorganização” da equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari foi um dos motivos para o massacre do Mineirão. E, além de jamais ter sido convocado novamente para a seleção, o atleta de 31 anos considera que aquela partida prejudicou sua carreira também no Bayern de Munique.
“Em dois anos eu fui considerado o líder da zaga do Bayern, sempre palpitando, organizando tudo, um cara que sempre falava nos treinos. Mas depois da Copa do Mundo eu voltei e as pessoas começaram a dar as costas para mim, não falavam da mesma maneira (…) A imprensa também pegou bastante pesado, não falava só de atuação, mas também do estado psicológico, que eu ainda estava ligado ao resultado, mas eu sempre disse que tinha condições de reverter esse quadro. É claro que fiquei muito triste, mas ia superar. Senti muita falta de respeito da imprensa e de algumas pessoas que se aproveitaram desse momento para zombar de mim. Até porque eu ganhei muita coisa nesses dois anos no Bayern”, desabafou.
De férias em Salvador, Dante foi direto ao comentar a preparação da seleção para a Copa do Mundo. Segundo ele, o time de Felipão estava desorganizado taticamente e não conseguiria vencer a Alemanha nem mesmo com Thiago Silva e Neymar em campo. “Acho que temos de olhar a derrota globalmente e entender que nós tínhamos uma grande desorganização. Mesmo se todos estivessem em campo, aconteceria a mesma coisa pela nossa desorganização e falta de disciplina tática. Tivemos vários problemas em toda a preparação, nunca jogamos um amistoso e fizemos um treino sem o Neymar”, contou.
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A partida contra a Alemanha foi a última de Dante pela seleção. Fora dos planos de Dunga, o jogador deu a entender que seu ciclo na seleção já passou e que há zagueiros mais jovens e em melhor momento à disposição da equipe. “O momento é outro, temos zagueiros mais novos, com bastante qualidade. Eles estão muito à frente, são mais indicados do que eu no momento.”