Daniel Alves fala pela 1ª vez sobre acusação de estupro e diz ‘perdoar’ suposta vítima
Preso há cinco meses, jogador de 40 anos deu sua versão sobre o ocorrido em casa noturna e pediu desculpas à esposa Joana Sanz
Daniel Alves, preso desde 20 de janeiro na Catalunha, concedeu sua primeira entrevista desde então e voltou a negar a acusação de estupro contra uma jovem de 23 anos. Ao jornal espanhol ‘La Vanguardia‘ o jogador de 40 anos disse que perdoa a mulher que o acusa e se desculpou com a modelo Joana Soanz, a quem seguiu chamando de esposa, apesar de ela já ter anunciado a separação.
O jogador segue negando que estuprou a jovem em uma boate de Barcelona, dia 31 de dezembro de 2022. “Eu a perdoo. Ainda não sei porque ela (a suposta vítima) fez tudo isso, mas a perdoo. E queria pedir desculpa à única pessoa a quem tenho que pedir desculpa, que é a minha mulher, Joana Sanz. A mulher com quem me casei há oito anos, ainda sou casado e espero viver com ela por toda a minha vida”
O atleta também abordou o incidente ocorrido na casa noturna e negou que tenha se esquivado da suposta vítima ao vê-la chorando.
“Quando a mulher com quem tenho um problema sai do banheiro atrás de mim, fico um pouco na minha mesa. Ao sair, soube pelas imagens que passei perto de onde a mulher estava chorando. Eu não a vi. Se a tivesse visto chorar, eu teria parado para perguntar o que estava acontecendo. Naquele momento, se algum responsável pela discoteca me pedisse para esperar porque a jovem alegava que eu a teria agredido sexualmente, não iria para casa. Na mesma noite apareceria em uma delegacia para esclarecer”
Sem dar mais detalhes, Daniel Alves diz que apenas ele e sua acusadora sabem o que aconteceu no banheiro da casa noturna. “Resolvi dar esta entrevista, a minha primeira desde que estou aqui, para que as pessoas saibam o que penso. Que conheçam a história pelo que vivi naquela manhã naquele banheiro. Até agora, uma história muito assustadora de medo e terror foi contada, que não tem nada a ver com o que aconteceu, nem com o que eu fiz. Tudo o que aconteceu e não aconteceu lá dentro só ela e eu sabemos.”
Entenda o caso
No dia 21 de março, o Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido feito pela defesa do jogador brasileiro para que o atleta respondesse ao processo em liberdade. Na decisão, os três juízes responsáveis, Eduardo Navarro, Myriam Linage e Carmen Guil, alegaram que há risco de fuga de Daniel Alves para o Brasil, além de diversos indícios do crime cometido pelo jogador de 39 anos.
Daniel deu ao menos três versões para o ocorrido na boate Sutton, em 31 de dezembro. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro.
Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que era casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.
As investigações podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).
De acordo com o jornal Mundo Deportivo, o ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.