Copa do Mundo do Catar teve quase 20 mil conteúdos ofensivos; entenda
Relatório da Fifa e FifPro identificou comentários discriminatórios e xingamentos destinados aos atletas em diferentes plataformas de redes sociais
Um relatório divulgado neste domingo, 18, pela Fifa e FifPro revelou que quase 20 mil conteúdos ofensivos foram produzidos nas redes sociais durante a última Copa do Mundo. Postagens e comentários de ódio aos atletas das seleções foram realizados em diferentes plataformas. O estudo também apontou para a origem desses conteúdos, e presidentes das entidades pediram colaboração para reduzir os casos de discriminação.
De acordo com o documento, foram identificados 19.636 postagens e/ou comentários ofensivos destinados aos atletas que disputavam a Copa do Mundo do Catar. Além disso, também se verificou a origem destes conteúdos: 38% da Europa e 36% da América do Sul. Os países dos dois continentes somam um total de 74% dos conteúdos.
O estudo foi possível graças a utilização da Inteligência Artificial, uma ferramenta da Fifa chamada Serviço de Proteção das Redes Sociais (SMPS). A coleta de conteúdos discriminatórios foi resultado de uma varredura de mais de 20 milhões de postagens e comentários nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube.
Além de tudo, segundo o documento, um total de 286 mil conteúdos foram filtrados e ocultados durante o Mundial antes mesmo que o destinatário e seguidores recebessem a mensagem. A partida que gerou o maior número de comentários ofensivos foi o encontro entre Inglaterra e França, pelas quartas de final do torneio.
A Fifa informou que mais de 300 pessoas foram identificadas e que vai compartilhar todas as informações com autoridades para que sejam tomadas medidas reais. O presidente da entidade, Gianni Infantino, também destacou que a luta não é apenas no mundo do futebol: “Também esperamos que as plataformas das redes sociais aceitem sua responsabilidade e nos apoiem na luta contra a discriminação”.
“A FifPro e a Fifa darão continuidade à sua colaboração para estabelecer o mesmo serviço na Copa do Mundo Feminina na Austrália e Nova Zelândia. Mas nós não podemos fazer isto sozinhos. Nós precisamos que todas as partes interessadas cumpram o seu papel”, disse o presidente da FifPro, David Aganzo.