Confusão por Messi e Neres perdido: os bastidores do fim do clássico
Brasil celebrou com Neymar no vestiário, enquanto argentinos reclamaram da arbitragem e deixaram o Mineirão cabisbaixos
BELO HORIZONTE – Mesmo na derrota, os olhos e lentes estavam todos voltados a Lionel Messi. Tanto que muitos jornalistas brasileiros deixaram de ir à entrevista coletiva de Tite para não perder a chance de ver e ouvir o camisa 10 argentino. O que ele teria a dizer depois de mais uma frustração com sua seleção? O clássico vencido pelo Brasil por 2 a 0 no Mineirão atraiu, naturalmente, um número bem maior de profissionais de imprensa, um fato que, somado à arquitetura labiríntica da zona mista (como é chamado o ponto onde os atletas param para falar antes de entrarem no ônibus) causou uma grande confusão com a organização.
Quase todos os atletas da Argentina passaram reto, cabisbaixos, ignorando os pedidos de entrevista. Antes do capitão, apenas Lautaro Martínez e Sergio Agüero atenderam os microfones. Eis que surgiu Messi, cabelo bem penteado, tatuagens da canela à mostra, expressão séria. Seguindo o protocolo, atendeu primeiro as televisões credenciadas, em ordem. Depois ao passar pelo setor geral, de rádios e sites, deu início a uma guerra por espaço. Os organizadores tentaram controlar a situação que chegou a ficar tensa, pois, a cada parada de Messi, um grupo maior de jornalistas tentava captar sua decepção. O craque tentou atender a todos e, mesmo sem alterar o tom de voz suave, fez duras reclamações à arbitragem.
Em seguida passou a seleção brasileira, que deixou as comemorações efusivas para a intimidade do vestiário – uma foto divulgada pela CBF mostrou Neymar, que assistiu ao jogo de um camarote, no meio na festa. Aos microfones, as palavras foram mais conservadoras, ressaltando que ainda havia uma final para jogar. Gabriel Jesus e o capitão Daniel Alves, como acontece em todos os jogos, foram os mais solícitos. Como é praxe, os reservas não pararam para falar e, alguns deles, protagonizaram uma cena insólita: David Neres apareceu, no meio da sala, tentando deixar o estádio. “Mas você é jogador, não pode passar por aqui”, tentou argumentar uma funcionária da Conmebol. Desorientado, ele sorriu e chamou reforço: com Lucas Paquetá e Eder Militão ao lado, conseguiu driblar a organização e deixar o estádio por outra saída. A seleção ganhou folga e não treina nesta quarta-feira, 3. O time viaja ao Rio durante a noite e treinará nos próximos dias na Granja Comary, em Teresópolis.