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CBF vence batalha judicial, derruba liminar e terá eleição para vice nesta quarta

Indicado por Del Nero em uma manobra política, coronel Nunes, presidente da Federação Paraense e candidato único, deverá ser eleito nesta tarde

No mesmo dia em que foi alvo de protestos de ex-jogadores, a CBF agiu nos bastidores nesta terça-feira e conseguiu derrubar, em segunda instância, a liminar que impedia a realização de sua assembleia eleitoral. Com isso, está confirmado o pleito desta quarta-feira, que deve eleger o coronel Antônio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol e candidato único, como um dos cinco vice-presidentes da entidade. Sua escolha foi vista pelos opositores, como uma manobra política do presidente licenciado Marco Polo Del Nero para se perpetuar no poder.

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Após perder o recurso na primeira instância impetrado na segunda-feira, o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, entrou com um agravo que foi julgado nesta terça pela 6ª Câmara Cível. Em sua defesa, a entidade apresentou uma carta de renúncia de José Maria Marin, ex-presidente da entidade, que era também um dos atuais vices e segue cumprindo pena de prisão domiciliar em Nova York.

Diferentemente do juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível, a desembargadora Claudia Pires do Santos Ferreira considerou, em sua decisão, que “não se verifica qualquer indício de irregularidade na mencionada convocação”. A magistrada também apontou para “o perigo de dano irreparável” à CBF, “pois dos cinco cargos de vice-presidente, dois se encontram vagos o que poderá prejudicar o regular andamento da entidade”. Na conta entrou, além da vaga de Marin, a do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), que, no momento, ocupa a presidência devido ao licenciamento de Marco Polo Del Nero.

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Manobra – Marco Del Nero pediu licença da presidência da CBF na semana passada, após ser acusado pelo FBI de corrupção. Em caso de renúncia, no entanto, o estatuto determina que o vice mais velho assuma a presidência – no caso, seria Delfim de Pádua Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense e principal opositor do presidente licenciado. Por isso, Del Nero e o interino Marcus Vicente realizaram uma manobra política no último dia 4 para evitar o risco de Delfim assumir o cargo no futuro.

O presidente interino convocou as eleições para o cargo de vice-presidente, para o lugar de José Maria Marin, que teria enviado uma carta de renúncia. No mesmo dia foi lançada a candidatura do coronel Antônio Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, que tem 77 anos, três a mais que Delfim de Pádua Peixoto, e assim passaria a ser o vice mais velho da entidade caso eleito. A medida gerou a revolta de alguns dirigentes, sobretudo da região Nordeste. Nas regiões Sul e Sudeste, no entanto, Del Nero e coronel Nunes obtiveram apoio da maioria. O pleito terá 67 eleitores: as 27 federações estaduais e os 40 clubes das Séries A e B.

Delfim de Pádua entrou na Justiça e pediu o adiamento do pleito. Conseguiu, em primeira instância, mas teve seus planos frustrados nesta terça pela 6ª Câmara Cível do Rio. Del Nero é aguardado nesta quarta-feira em Brasília para prestar esclarecimentos à CPI do Futebol.

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(com Estadão Conteúdo)

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