CBF desanima de Abel e brasileiros, e mira nome fora mesmo sem Ancelotti
Episódios de comportamento envolvendo técnico do Palmeiras, somados aos momentos de Diniz e Dorival, pesam; Jesus e outros nomes do exterior são estudados
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) recuou com a possibilidade de apostar em um técnico empregado no mercado nacional mesmo em caso de negativa oficial do italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, plano A do presidente Ednaldo Rodrigues. A entidade deve receber um posicionamento do treinador nos próximos dias. O principal nome, sem Ancelotti, é o de Jorge Jesus, que deixou o Fenerbahce, mas outras possíveis investidas são estudadas no período na Europa.
PLACAR apurou que os mais recentes episódios de comportamento envolvendo Abel Ferreira, do Palmeiras, viraram um impeditivo para o português no cargo. O nome de Fernando Diniz, do Fluminense, também já havia perdido força, assim como o de Dorival Júnior, hoje no São Paulo. Ou seja, a leitura interna é de que momentaneamente não há mais opções válidas no país.
Bastante pressionado por não conseguir definir um sucessor para Tite após seis meses, Rodrigues acredita que ainda pode convencer Ancelotti a aceitar quebrar o contrato até junho de 2024 com o Real para assumir a seleção brasileira. O treinador é apontado como uma espécie de obsessão pessoal do dirigente por pessoas mais próximas.
O cartola aproveitará a próxima Data Fifa para tentar se reunir pela primeira vez pessoalmente com o italiano e faz a leitura de que as falas públicas dadas por ele, declinando a seleção, são parte de um comportamento protocolar pelo fato de ainda estar sob contrato.
“O Brasil tem vários treinadores competentes, que temos um apreço muito grande, mas temos um plano A, e é exatamente o Ancelotti. Temos um feeling de que isso vai dar certo. Eu acho que ele tem um encantamento pela seleção brasileira. Ele conhece a maioria dos atletas que jogaram e jogam na seleção. Ele admira muito o futebol brasileiro”, declarou o mandatário, em entrevista à TV Bandeirantes, em 28 de maio.
Ancelotti, contudo, já manifestou por diversas vezes que cumprirá o acordo com o clube espanhol. Em recente entrevista ao programa de TV El Chiringuito, ele voltou a afirmar que permanecerá: “Sim, 100% que fico [no Real Madrid]. No dia 10 de julho [data de reapresentação], estarei aqui”, disse.
No último dia 20 de maio, desta vez em uma entrevista coletiva, o treinador afirmou ter alinhado com o presidente madridista, Florentino Pérez, que prosseguiria com o trabalho mesmo poucos dias após a eliminação para o Manchester City, na semifinal da Liga dos Campeões.
“Me encontrei com Florentino Pérez ontem e ele segue me apoiando e confiando em mim. Nós continuaremos juntos, o clube me garantiu que continuarei. O mundo inteiro sabe que tenho contrato aqui e eu quero continuar”, explicou.
Nos últimos dias, a imprensa espanhola noticiou a possibilidade de que o Brasil poderia aguardar por Ancelotti até 2024. O roteiro já foi descartado pela entidade, segundo apuração do site ge.
O distanciamento com Abel, nome mais cotado de treinadores que estão no país, se acentuou no último dia 29 de maio, após o treinador palmeirense tomar o celular do jornalista Pedro Spinelli, da TV Globo, enquanto o profissional registrava uma discussão entre Anderson Barros, diretor de futebol alviverde, e o quarto árbitro Ronei Cândido Alves, na zona mista do estádio do Mineirão no último dia 29 de maio.
Em outra filmagem, do jornalista Henrique André, da Rádio Itatiaia, que registrou a confusão completa, mostra que o técnico em seguida devolve o aparelho e sai esbravejando, dizendo que “o futebol brasileiro está assim por vossa responsabilidade”.
Em entrevista, Ferreira pediu desculpas, mas justificou a ação dizendo que “há coisas que a imprensa não tem que saber”, além do fato de ter sentido sua privacidade invadida. Na ocasião, também afirmou que “todo mundo aqui [no Brasil] gosta de transformar um copo d’água em uma tempestade”
Na quarta-feira, 31, ele foi expulso no fim da derrota por 1 a 0 para o Fortaleza, no Castelão, por reclamações diretas e supostas ofensas aos critérios adotados pelo árbitro Savio Pereira Sampaio. O resultado garantiu a classificação do Verdão para as quartas de final da Copa do Brasil.
“Protestar contra a decisão da arbitragem de forma grosseira e ofensiva com gestos ao arremessar um copo de água no chão, socar o ar e proferir as seguintes palavras: ‘foi falta filho da p…'”, registrou Sampaio em súmula. O clube respondeu citando “atividades persecutórias” contra o treinador e prometeu que reivindicará à CBF “o mesmo tratamento concedido” aos demais profissionais. Na nota, o Pameiras ainda diz que o documento “falta com a verdade”.
Dias antes, Ednaldo Rodrigues havia minimizado as repercussões envovelndo o treinador, mas os novos eventos causaram impacto. Enquanto isso, o Brasil será comandado interinamente por Ramón Menezes, eliminado recentemente para Isarel no Mundial-20.
A apresentação ocorrerá no próximo dia 12, em Barcelona, com primeiro jogo agendado para o dia 17, contra Guiné, no mesmo local. Très dias depois, o time enfrenta Senegal, em Lisboa, Portugal.